O Senador Mestrinho deixa o Amazonas e o Brasil

''Amazoneeensesss'' ,…seguido de uma fala branda muitas vezes ou de um estado de exaltação apoteótico em outras. Assim o professor Gilberto Mestrinho, prefeito de Manaus, governador do Amazonas e Senad

Gilberto Mestrinho defendia o Amazonas, e por extensão a Amazônia e o Brasil. Ao defender o seu Estado, os seus povos, suas culturas, estava defendendo a unidade territorial brasileira.


 


 


O Amazonas perdeu um político que, apesar dos momentos   que o levaram a optar pela truculência, acreditava em alianças, em composições de forças políticas para avançar.  


 


 


Criar condições e investir no desenvolvimento do Estado para conter o êxodo rural e melhorar as condições de vida dos habitantes da interlândia o levaram a obras como os GM3 e as escolas agrícolas, em convênio com o governo federal, na certeza de que era a condição de proteger este imenso patrimônio territorial e cultural.  Gilberto Mestrinho compreendia  que a maioria que defende a idéia santuarista para a região não passa de entreguista a ''serviço da cobiça internacional''.


 


 


De 23  de fevereiro de 1928, dia do seu nascimento em Manaus, até ontem, 19 de julho, dia da sua morte na sua cidade natal, Gilberto Mestrinho deixou a marca da sua existência, da sua própria história, como parte da história do Amazonas.


 


 


O reconhecimento do trabalho, da luta de Mestrinho por seu estado é expresso por políticos e  populares, nestes dias de condolências.
Para o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, ''Gilberto Mestrinho teve um papel de destaque como líder político no Amazonas''. O Governador Eduardo Braga lembra da habilidade política de Mestrinho, e diz que ''conseguimos costurar vitórias importantes para o povo do Amazonas graças a influência do ex-governador''.


 


 


Vanessa Grazziotin, deputada federal(PCdoB AM), fala da convivência com o senador na bancada do Amazonas no Congresso Nacional e diz que ''Gilberto Mestrinho deixou sua marca na história do Amazonas e do Brasil''.
O Governador em exercício Omar Aziz afirma que ''o Gilberto deixa um legado tanto administrativo quanto político. Ele foi um homem ímpar. Sempre demonstrou claramente que tinha um espírito público imenso e o grande dever dele era servir ao Estado do Amazonas''.


 


A luta do movimento social no Amazonas ora em confronto com o governo, ora em convergência por soluções de problemas pontuais deixaram queixas e ensinamentos, é o que  o deputado estadual Eron Bezerra(PCdoB AM), atual Secretário de Estado da Produção Rural, lembra ao dizer que: ''Com Mestrinho tive confrontos, convergências e casos pitorescos''. Ele ''ajudou a esquerda brasileira a derrotar a ditadura''. Mas ''tão logo assumiu'' o governo, '' entramos em rota de colisão''.


 



A compreensão de populares, como a de dona de casa Geny da Silva Lira, já é parte  das ''coisas que o povo diz'', e assim para ela ninguém nunca falou mal dele, ''eu moro no Amazonas há 18 anos e desde quando cheguei sempre ouvi muitos elogios ao político, mas sobretudo ao homem bondoso e trabalhador''.
 


 


''Toda vez que morre um homem da altura do Gilberto Mestrinho, um pedaço da nossa história também morre. Ele realmente incorporou o Amazonas durante toda sua Vida'', é assim que o escritor e artista plástico Moacir Andrade pensa o Senador.


 


 


Das muitas histórias de Gilberto Mestrinho que se  popularizaram uma se destaca,  a do Boto Tucuxi, o Boto Navegador, que encanta as pessoas, principalmente as mulheres. O Boto é popular, não faz mal a ninguém, é um companheiro de viagem, segue os barcos e sempre se faz ser visto ao saltar fora dágua como se estivesse cumprimentando as pessoas. Como Gilberto que criou um modo de governar, um modo de fazer campanhas, certas cerimônias que marcaram seus governos, gerações e se transformaram em histórias, estórias e ''coisas que o povo diz''.


 


 


De Manaus,


Di Galúcio


 


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