Colômbia pede que vizinhos não se metam em acordo com EUA
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, pediu para os governos dos países vizinhos não intervirem nem opinarem nos acordos entre Bogotá e Washington. A declaração foi dirigida, especialmente, à Venezuela, que, nesta terça-feira
Publicado 22/07/2009 13:29
“Nós aplicamos o princípio de não ingerência nos assuntos dos outros Estados e pedimos que os outros Estados se deem conta disso”, disse o chanceler, discursando diante de uma comissão do Congresso colombiano para explicar o mais recente acordo entre o país e os EUA.
Na ocasião, Bermúdez também ressaltou que a Colômbia não “disse nada, por exemplo, quando a Venezuela rompeu relações com os Estados Unidos, nem quando as retomou”.
“Tampouco opinamos sobre a presença russa nas águas venezuelanas”, recordou o ministro colombiano, referindo-se às manobras realizadas no fim do ano passado por navios da Rússia em território marítimo venezuelano.
Ontem o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou que irá rever as relações diplomáticas com a Colômbia, devido ao último convênio firmando entre Bogotá e Washington, que prevê a instalação de bases militares norte-americanas no país.
O acordo, anunciado no 16 de julho, tem vigência de dez anos, com possibilidades de ser estendido, e inclui a permanência de 800 militares e 600 empreiteiros norte-americanos na Colômbia, que cumprirão funções de treinamento e apoio técnico.
Os militares operarão nas bases de Palanquero, no centro do país, Alberto Pouwels de Malambo, no norte da Colômbia, e Apiay, no departamento (estado) de Meta, a uns 150 quilômetros ao sul da capital.
Como reflexo da declaração de Chávez, foi cancelada uma reunião entre funcionários dos governos colombiano e venezuelano que deveriam discutir os acordos bilaterais pendentes.
Esta não é a primeira vez que a Venezuela se descontenta com a aproximação da Colômbia com os EUA. Em 2006, o país abandonou a Comunidade Andina das Nações (CAN) devido à assinatura do Tratado de Livre Comércio com Washington por parta da Colômbia e do Peru. O governo de Chávez acredita que a presença dos Estados Unidos na América Latina é uma ameaça para a democracia, além de prejudicar outros aspectos sociais.
Fonte: Ansa