Após acusar Equador, Colômbia investe contra Venezuela
Poucos dias depois do anúncio da iminente instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, o governo de Bogotá denunciou, nesta segunda-feira (27), que teria encontrado armamentos comprados pela Venezuela nas mãos das Forças Armadas Revolu
Publicado 28/07/2009 13:03
O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, declarou que, em uma operação para recuperar arsenais das Farc, seu governo encontrou ''munições e equipamentos potentes, entre eles, armas antitanque, que um país europeu (a Suécia) vendeu à Venezuela''.
De Caracas, vários ministros responderam à acusação. Nicolá Maduro, ministro das Relações Exteriores, avaliou que as denúncias são uma tentativa de legitimar o novo acordo militar que Uribe negocia com os Estados Unidos. ''Toda essa campanha tem um só oibjetivo: justificar a presença de bases militares estadunidenses no território da Colômbia'', disse.
Yaracuy Leal, coordenador do PSUV, partido de Chávez, foi além e afirmou que a instalação das bases é uma tentativa de intervenção do governo norte-americano na Venezuela e no resto da região. ''Este não é mais que um cenário similar ao montado pelos Estados Unidos no Iraque. Desta vez querem fazer crer que o governo da Venezuela facilita o tráfico de drogas e que eles trabalham uma política preventiva''.
A tentativa de vincular a Venezuela às Farc acontece poucos dias depois de uma iniciativa semelhante da Colômbia em relação ao Equador. Na semana passada, a Colômbia divulgou um vídeo em que um líder das Farc fala de uma ''ajuda em dólares à campanha de Correa'', em 2006.
O equatoriano negou a acusação, apontando que a gravação era, na verdade, uma montagem. ''Com essa campanha, há uma investida da direita e todos os seus instrumentos e armas, entre eles os meios de comunicação, para desestabilizar os governos progressistas da região. Não podem nos vencer nas urnas e tentam ganhar com a mentira e a calúnia'', disse o presidente, à época.
A advertência de Correa
Nesta segunda-feira (27), o Equador lançou sua mais sonora advertência militar à Colômbia, desde que rompeu relações diplomáticas com este país, após o ataque colombiano de 2008 contra as Farc, em seu territórrio. ''Se a Colômbia nos agredir novamente, a resposta será militar. Não permitirei um ultraje ao território pátrio como o que já ocorreu'', disse o presidente Rafael Correa.
Uma nova operação colombiana em solo do Equador seria considerada ''um caso bélico'' e deixará o Equador com a ''única saída'' de reagir militarmente, advertiu. Correa alegou que o aviso é por que a Colômbia segue com ''a mesma postura do ex-ministro (Juan Manuel) Santos, de guerra preventiva, de atacar os demais países para defender a segurança da Colômbia'', afirmou.
Com Página 12