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Estudantes amazonenses avaliam ataque da mídia contra a UNE

Notadamente afinada com as forças políticas conservadoras, a grande imprensa não engoliu a presença inédita do presidente da República no congresso da histórica União Nacional dos Estudantes (UNE) e passou a desferir seus velhos golpes contra a entidade representativa dos estudantes universitários brasileiros. Líderes estudantis amazonenses que participaram do evento rebatem as acusações da mídia classificada por eles de “marrom”.

Além da participação do presidente Luis Inácio Lula da Silva no 51º Congresso da UNE, a manifestação que a entidade organizou juntamente com diversas outras organizações do movimento social em defesa do controle público sobre a Petrobrás inquietou os monopólios de comunicação existente no país.

A partir daí, afirmações dando conta de que a UNE fugiu de seus objetivos por se envolver em assuntos políticos e, também, críticas por ter recebido apoio da outrora estatal petrolífera para realizar seu encontro passaram a ser disseminadas em diversos noticiários Brasil à fora.

“A cobertura da grande mídia é totalmente tendenciosa. Como podem falar que só agora a UNE pauta a política no país, sendo que a entidade conduziu as mobilizações do Petróleo é Nosso, que culminou na fundação da Petrobrás. Combateu a Ditadura Militar e derrubou o Collor”, destaca a presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM), Maria das Neves, uma das milhares de estudantes que participaram do evento na condição de delegada.

A representatividade do congresso e suas pautas políticas são ressaltadas pela líder estudantil como os motivos que levam a mídia a combater a UNE. “O que os grandes meios de comunicação não engolem é o fato desse ter sido o maior congresso da UNE, onde cerca de 2 milhões de estudantes de 92% das instituições de ensino superior de todo país participaram de alguma forma da construção do evento”, afirma.

“E tudo isso no momento em que eles atuam como instrumento da direita para desestabilizar um governo que tem 84% de aprovação da população. E a tática deles é através da CPI da Petrobrás, que é na verdade uma conquista do povo brasileiro que eles não conseguiram privatizar por completo no governo FHC”, disse.

O vice AM-RR-AC-RO da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick, pontua a legitimidade do apoio da Petrobrás ao congresso da UNE. “A Petrobrás é uma conquista dos movimentos populares do Brasil e a UNE foi uma das que mais contribuíram para a sua fundação. Da mesma forma que é importante que ela invista em atividades culturais, também é fundamental que ela apóie as entidades que ajudam a construir o Brasil, como a própria UNE”, pondera ele que esteve na organização do evento.

“A UNE não deixa de fazer movimento por causa disso. Pelo contrário. Consegue captar recursos e fazer suas críticas. Continua na luta para que sejam derrubados os vetos ao Plano Nacional de Educação, para que as taxas de juros sejam baixadas e ainda mobiliza os estudantes para combater o ministro das comunicações, Hélio Costa, que atua como advogado da rede Globo”, completa.

De Manaus,

Anderson Bahia

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