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PCdoB é convidado e participa da posse de Rafael Correa

O Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil, José Reinaldo Carvalho, participou nesta segunda-feira, 10, da cerimônia de posse do presidente equatoriano Rafael Correa. A data assinala também o 200º aniversário do Primeiro Grito da Independência daquele país.

Na avaliação do dirigente, “o convite é um sinal do prestígio internacional do partido. O PCdoB tem amplas relações de amizade e cooperação com agremiações progressistas e de esquerda da América Latina, entre eles o movimento Aliança País, do presidente Rafael Correa”.

Na posse, estavam presentes muitos chefes de Estado, entre eles Raul Castro (Cuba), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Cristina Kirchner (Argentina), Michelle Bachellet (Chile) e Manoel Zelaya, presidente legítimo de Honduras, derrubado por um golpe de Estado. O presidente Lula encontrava-se nesta manhã em Quito, onde participou de reunião da Unasul, mas teve de sair às pressas em função do estado emergencial de saúde do vice-presidente José Alencar. Por essa razão, não pôde participar da cerimônia de posse realizada na Assembléia Nacional.

Segundo José Reinaldo, o presidente Correa falou durante mais de uma hora e destacou a essência do processo político em curso no Equador, “uma Revolução Cidadã – sob a inspiração do libertador Simon Bolívar e do líder equatoriano Eloy Alfaro, general de homens livres – cujo rumo é a construção da segunda e verdadeira independência”.

Rafael Correa invocou também a inspiração de líderes latino-americanos como José Marti, Augusto Cesar Sandino e Francisco Morazán. “Disse que a Revolução Cidadã pretende construir uma sociedade inclusiva, solidária e equitativa através do poder popular”, relatou o dirigente comunista.

Correa apresentou os principais eixos da Revolução Cidadã. O primeiro, a revolução constitucional, realizada através da Assembleia Nacional Constituinte, pedra fundamental da mudança de época. O segundo, a luta anticorrupção. O terceiro ponto, a revolução econômica antineoliberal e antidogmas do consenso de Washington. “Neste ponto, destacou a importância do papel do Estado, a luta pelo salário digno para os trabalhadores, o fim da terceirização e o fim das dívidas externas e disse que aderia socialismo do século 21, considerando como seu princípio fundamental a supremacia do ser humano sobre o capital", relatou José Reinaldo.

Como quarto eixo, o presidente apresentou a revolução político-social, inserido aí o combate à pobreza e a redução das desigualdades sociais. O quinto eixo da revolução, segundo o presidente Correa, é a soberania casada com a integração latino-americana. “Ele destacou o valor da Unasul e da Alba, assim como a cooperação sul-sul, informando que o país está abrindo embaixadas em países asiáticos, do Oriente Médio e da África”.

O presidente foi aplaudido quando anunciou que, há poucos dias, saía do país do último soldado estrangeiro em terras equatorianas, devido ao fechamento da base militar norte-americana de Manta. “Correa condenou com veemência a instalação das bases estadunidenses da Colômbia e disse que é hipocrisia considerar esta questão como privativa das relações entre EUA e Colômbia e restrita à soberania deste país. Trata-se de uma ameaça a todos os países latino-americanos e gera insegurança e engendra o perigo de guerra na região”, contou José Reinaldo.

O secretário de Relações Internacionais do PCdoB disse “valorizar o discurso do presidente Correa e o início de mais um mandato como um passo adiante no processo de transformações políticas e sociais no país e em toda a América Latina”.

Durante sua passagem pelo Equador, José Reinaldo Carvalho manteve conversações com lideranças do movimento Aliança País e com vários outros partidos progressistas latino-americanos.

Da redação,
com informações da Secretaria de Relações Internacionais