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Resistência continua: milhares pedem volta de Zelaya

Carregando bandeiras de Honduras e entoando músicas de protesto, milhares de simpatizantes do presidente deposto Manuel Zelaya chegaram nesta terça-feira à capital do país para pedir a restituição do mandatário, tirado do poder em 28 de julho. Os manifestantes marcharam vários quilômetros a partir de várias localidades do país da América Central até Tegucigalpa, com o objetivo de protestar e aumentar a pressão sobre o governo do presidente interino, Roberto Micheletti.

maniefstação zelaya

"Esses golpistas têm que ir embora, o povo está contra o golpe; o presidente Zelaya é o eleito pelos hondurenhos, não os militares golpistas", disse Sarahí Avilez, funcionária pública de 32 anos, mostrando que, passados mais de mais de 40 dias, a resistência em Honduras não esmoreceu.

Ao grito de "Viva Olancho", em alusão ao Estado natal de Zelaya, alguns dos manifestantes usavam o chapéu que se converteu em símbolo do presidente.

"Queremos que Mel regresse", clamavam outros sob o intenso calor que assolava a capital hondurenha, enquanto marchavam em direção ao Palácio Presidencial, rodeado por seguranças.

As negociações para uma solução à crise em Honduras, a pior nas últimas duas décadas na América Central, estão travadas enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) tenta dar novo fôlego à proposta do presidente de Costa Rica, Oscar Arias, de devolver a cadeira presidencial a Zelaya.

O governo interino se opõe à volta do mandatário, expulso sob a mira de pistolas com o respaldo das Forças Armadas.

O golpe de Estado foi condenado pela comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, que têm insistido sem sucesso na necessidade de que Zelaya volte ao poder para terminar o mandato, que termina no começo do ano que vem.

"Micheletti não quer solução para crise", diz Xiomara

Xiomara Castro de Zelaya, mulher do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta terça-feira que o governo de fato presidido por Roberto Micheletti não tem interesse em buscar uma solução para a crise política em seu país, nem na paz.

Xiomara fez as declarações à Rádio Globo, em Tegucigalpa, de que o "regime ditatorial" de Micheletti também não tem interesse em chegar a um acordo com os países da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Ela acrescentou que a decisão do governo de Micheletti de adiar a visita a Honduras de uma delegação da OEA, que estava prevista para esta terça, com o objetivo de retomar o diálogo mediado pela Costa Rica para superar a crise política hondurenha, foi "errada".

Xiomara, que na semana passada acompanhou uma manifestação de seguidores de seu marido na região oeste de Honduras, disse que fará o mesmo nesta terça, em Tegucigalpa, com outros manifestantes que estão chegando à capital de outras regiões do país.

A mulher de Zelaya criticou o regime de Micheletti por suas "atitudes de repressão contra o povo". Ela ressaltou que é "uma ditadura" que "fala de paz", mas que "os fuzis estão apontados para o povo".

"Não querem buscar uma solução", ressaltou Xiomara, que, além disso, indicou que sua luta e a de muitos hondurenhos é "pela paz e pela ordem constitucional".

Fonte: Portal Terra