Conferência de Comunicação é fruto de mobilização social

A Comissão de Direitos Humanos realizou nesta quarta-feira audiência pública para ouvir de membros da comissão organizadora da Primeira Conferência Nacional de Comunicação como estão os preparativos para o evento que acontece em Brasília entre os dias primeiro e três de dezembro.

A representante da Câmara no Comissão Organizadora, deputada Luiza Erundina, do PSB de São Paulo, afirmou que a Conferência é o resultado da mobilização das entidades sociais.

Luiza Erundina explicou que a Conferência Nacional vai servir de base para um novo marco legal para a comunicação no Brasil.

"Precisa mudar tudo, precisa cumprir o que a Constituição estabelece: evitar o monopólio e o oligopólio, garantir a regionalização da programação, o controle social. Basta dizer que o Conselho de Comunicação Social que foi criado na Constituição de 88 ele está desativado há três anos por omissão do Senado."

A representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Roseli Goffman, criticou a demora para que houvesse um entendimento entre os envolvidos na organização da Conferência.

Para ela, a má vontade da parte dos empresários de chegar a um acordo comum demonstra a falta de interesse desse setor de discutir a democratização no país.

Dos seis grupos que representavam os empresários na Comissão Organizadora da Confecom, somente dois permanceram.

Roseli Goffman disse ainda que, na próxima semana, será definido o regimento interno da Conferência, permitindo assim a realização das Conferências Estaduais.

"Porque já tem cinco conferências estaduais convocadas e tem nove estados que estão esperando apenas a publicação do regimento para publicarem os seus decretos. Quer dizer, o debate já está na rua."

Já o representante do Coletivo Intervozes, Jonas Valente, espera que as concessões feitas pela sociedade civil para manter a representação dos empresários na Conferência não prejudiquem o resultado final das discussões.

As Conferências estaduais começam em setembro.