Manifestações contra golpe em Honduras completam 69 dias
Nesta sexta-feira (04), completam-se 69 dias de resistência ao golpe de Estado em Honduras. Para a ocasião, novas mobilizações ocorrem pelo retorno do presidente constitucional, Manuel Zelaya, e pela reinstalação da ordem democrática no país. Na quarta-feira passada (2), por conta do início das campanhas eleitorais, o Conselho de Ministros e Equipe do Governo Constitucional de Honduras divulgou um comunicado em que rechaça o processo eleitoral.
Publicado 04/09/2009 18:39
O dia de hoje é considerado um marco histórico para as mobilizações hondurenhas, pois se cumprem 69 dias de manifestações consecutivas. Segundo informações de agências, Juan Barahona, coordenador nacional da Frente Nacional contra o Golpe de Estado, afirmou que a quantidade de dias de mobilização se iguala, hoje, à greve bananeira de 1954. Até então, de acordo com o coordenador, nenhuma atividade de luta havia se igualado ou ultrapassado essa Greve.
Quinta-feira (03), de acordo com informações da Via Campesina em Honduras, trabalhadores de instituições estatais, como da empresa Nacional de Energia Elétrica (ENEE), do Serviço Nacional de Aquedutos e Rede de Esgotos (SANAA), e da Empresa Nacional de Telecomunicações (HONDUTEL), começaram greves trabalhistas para participar dos protestos da resistência.
Os trabalhadores, segundo a Via Campesina, tomaram as instalações das empresas e afirmaram que estão sendo afetados com o governo de Micheletti. Os manifestantes relataram que muitos trabalhadores foram despedidos e, nos seus lugares, novos empregados são contratados por recomendações do governo golpista. Além deles, professores e outros funcionários públicos decidiram não trabalhar durante dois dias para acompanhar as atividades da Frente de Resistência contra o Golpe e fortalecer o movimento.
As manifestações contra o governo golpista não se resumem às mobilizações da Frente Nacional. Na última quarta-feira, o Conselho de Ministros e a Equipe do Governo Constitucional da República divulgou um comunicado em que consideram ilegítimas as eleições gerais convocadas para o próximo 29 de novembro por Micheletti.
De acordo com o comunicado, as eleições gerais hondurenhas só podem ser realizadas após a volta da ordem constitucional do país. "O processo eleitoral espúrio só aprofunda a confrontação entre os hondurenhos e a condenação de Honduras a um permanente isolamento da comunidade internacional com nefastas consequências, particularmente para os eternamente excluídos dos benefícios do desenvolvimento e da política. Em um Estado militarizado é inconcebível um processo eleitoral", considera.
Fonte:Adital