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Pochmann: recuperação pode ser "uma nova "bolha"

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, disse estar preocupado com o ritmo de recuperação das bolsas de valores mundiais e dos preços das commodities. Ele teme que esses indicadores constituam "uma nova "bolha".

"Vejo com preocupação (esse movimento nos mercados), pois os sinais de recuperação da economia mundial ainda estão muito vinculados aos elementos que fundamentavam a expansão econômica antes da crise", alertou Pochmann. "Fico vendo a elevação das bolsas e das commodities, mas não consigo compreender que razão há para essa elevação, se não há ganho de lucro, de faturamento. Em que medida essa recuperação não aponta para mais uma bolha?", indagou.

O presidente do Ipea afirmou ainda que, assim que a economia mundial ingressar em um período consistente de recuperação, será preciso discutir quem irá arcar com os custos fiscais dos incentivos concedidos pelos governos, para enfrentar a crise.

Redução do IPI

"Em função da crise, todos governos aceitaram a socialização do prejuízo: empresas e bancos ganharam dinheiro público, o que trouxe impacto sobre as finanças públicas", lembrou. Para ele, à medida que bancos e empresas privadas se recuperem, é preciso discutir quem pagará a conta desse esforço: "Vão ser os que tradicionalmente pagam ou os que foram beneficiados darão uma cota adicional?"

Ele disse que os benefícios foram importantes para preservar a economia, e citou a redução do IPI sobre alguns bens de consumo, como automóveis e linha branca, mas ressalvou. "Uma vez recuperada a economia, talvez não justifique a redução, ou justifique um patamar mais baixo", diz, prevendo que o PIB do país este ano deverá crescer entre 0,2% e 1,2% e 4% ou mais, em 2010.

A informação é do Monitor Mercantil