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 Cubanos se despedem de Juan Almeida

Cuba amanheceu de luto pela sensível perda do Comandante da Revolução, Juan Almeida Bosque, um dos mais queridos de seus dirigentes, participante destacado das principais batalhas livradas pelo país. O presidente da ilha, Raúl Castro, se despediu neste domingo (13) com uma rosa do heroi guerrilheiro, cuja morte aos 82 anos fez muitos refletirem sobre o papel da geração histórica que governa Cuba meio século depois da revolução de 1959.
 

Raúl Castro, de 78 anos, depositou a flor diante de uma fotografia de seu companheiro de armas na Sierra Maestra colocada na Plaza de la Revolución de Havana, onde uma bandeira cubana foi içada a meio pau, em sinal de luto.

Longas filas de cidadãos da ilha começaram muito cedo a situar-se na emblemática Praça da Revolução para chegar, ordenadamente, até o Memorial José Martí, lugar onde homenagerão ao combatente falecido. Homens, mulheres, adolescentes e até crianças participaram, em uam demonstração de simpatia e agradecimento ao líder que surgira das mesmas entranhas do povo e fora participante dos mais destacados episódios nacionais nas últimas seis décadas.

Dezenas de milhares de cubanos se reuniram diante do retrato de Almeida, um dos vice-presidentes do país e terceiro homem na hierarquia histórica da revolução atrás dos irmãos Fidel e Raúl Castro. Fidel, 83, que se afastou do poder e da vida pública desde que sofreu problemas de saúde há três anos, enviou uma coroa de flores.

"Almeida foi um dos heróis que fizeram a revolução. Para todos os cubanos é uma perda importante", disse Mercedes Carbajo, 25, arquiteta, depois de prestar homenagem.

A morte de Almeida, aos 82 anos, pouco antes da meia noite de sexta-feira, fez muitos refletirem sobre o papel da geração histórica que governa Cuba meio século depois da revolução de 1959. Raúl Castro, que substituiu seu convalescente irmão na Presidência de Cuba no ano passado, fez alusão à avançada idade da geração histórica da revolução em um discurso no final de julho.

Sentado junto a Almeida, Castro afirmou que "pela lei da vida" o próximo congresso do Partido Comunista, que dirige a ilha, poderá ser o último encabeçado pela velha guarda. "Todos os que estão dirigindo o país são daquela guerrilha (…) Infelizmente já são pessoas mais velhas, mas seguimos confiando nelas", disse Carbajo na Plaza de la Revolución.

Raúl Castro prestou a homenagem rodeado de antigos camaradas de armas. O vice-presidente José Ramón Machado, que foi médico na Sierra Maestra, tem, por exemplo, 78 anos. O ministro das Comunicações, Ramiro Valdés, outro lendário comandante da guerrilha, tem 77.

"Sinto muita tristeza, mais ao mesmo tempo muito orgulho, porque ele (Almeida) nos impregnou de modéstia e ao mesmo tempo de muita valentia para seguirmos defendendo nossa revolução", disse, Libertad Ruibal, uma mulher de 70 anos que saía do memorial onde o líder guerrilheiro foi homenageado.

Almeida era popular entre os cubanos. Negro, compositor e de origem humilde, ele acompanhou Fidel em todas as suas aventuras, desde o desastrado ataque ao Cuartel Moncada, em 1953, ao exílio no México e desembarque na costa oriental de Cuba, em 1956, para iniciar a guerra de guerrilha.

Foi um dos primeiros comandantes de Fidel Castro e o cubano negro de mais alto posto na hierarquia da geração histórica. Quando morreu, ele era um dos vice-presidentes do Conselho de Estado e influente mediador nos assuntos internos do Partido Comunista.

Com informações da Reuters e Prensa Latina

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