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Senado repudia ataques à embaixada brasileira em Honduras

A decisão do governo golpista de Honduras de cercar a embaixada brasileira e mandar cortar fornecimento de energia e água foi a preocupação que uniu governo e oposição nos discursos no Plenário do Senado nesta terça-feira (22). Vários senadores protestaram contra o cerco feito pelo exército de Honduras à embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está desde ontem o presidente deposto do País, Manuel Zelaya.

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) fez um discurso defendendo a posição do governo brasileiro e a volta do presidente hondurenho ao poder. A fala do socialista recebeu apoio dos colegas.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) anunciou a convocação de reunião extraordinária da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para tratar da questão. Azeredo lembrou que a embaixada do Brasil em Honduras é território brasileiro, de modo que não poderia estar sendo cercada e sofrendo cortes de energia.

Valadares lembrou que pela Convenção de Viena, o país hospedeiro tem que proteger as embaixadas de outros países, que são territórios invioláveis. Para o líder do PSB, é preocupante a situação de Honduras, onde um golpe de Estado depôs um presidente legitimamente eleito, acrescentando que “o Brasil tem que se manter firme em sua posição de defesa da democracia e dos acordos internacionais que repudiam os regimes de exceção.”

Voto de censura

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) apresentou uma moção, endossada por outros parlamentares, de repúdio ao cerco da embaixada. O voto de censura do Senado brasileiro ao governo golpista de Honduras enfatiza que o “anacrônico e absurdo golpe de Estado perpetrado em Honduras se constitui em uma grave afronta a todas as democracias da América Latina, região que vem, a cada dia, consolidando e ampliando seus regimes democráticos”.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) foi o único que criticou a atitude do governo brasileiro que, segundo ele, desrespeitou a soberania de Honduras. Ele também destacou que o caso de Zelaya é diferente de um asilo comum, uma vez que ele não estava fugindo de um país porque sua vida estava ameaçada, mas entrando no país.

Foi rechaçado pela líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que afirmou que “o diferencial, que é inadmissível, é um presidente eleito ser deposto pela força de um golpe. Acho que todos os que vivenciaram isso na América Latina, e é um passado que gostaríamos muito de esquecer, não devemos dar espaço jamais para isso seja repetido.”

De Brasília
Com Agência Senado