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Brasil e União Europeia voltam a condenar golpe em Honduras

O Brasil e a União Europeia (UE) firmaram, nesta terça-feira (6) uma declaração conjunta que condena a "violação da ordem constitucional" em Honduras, após o golpe. Além de pedirem a inviolabilidade da embaixada brasileira em Tegucigalpa, que hospeda o presidente deposto Manuel Zelaya, eles fizeram um apelo para que a integridade física do líder, de sua família e de membros do antigo Governo seja respeitada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participa na Suécia da cúpula entre Brasil e União Europeia (UE), defendeu que os autores do golpe de Estado em Honduras deveriam entregar o poder. "Para nós, a solução do problema em Honduras é muito fácil: os que participaram do golpe de Estado deixam o poder e permitem que o presidente legítimo e eleito democraticamente continue" governando, afirmou.

"Só há uma coisa equivocada em Honduras: tem alguém na Presidência que não deveria estar lá", acrescentou Lula, que era acompanhado pelo presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), José Manuel Durão Barroso, e por Fredrik Reinfeldt, primeiro-ministro da Suécia, país à frente da Presidência rotativa do bloco.

A declaração conjunta da cúpula faz um apelo para que todas as partes envolvidas na crise em Honduras, "em particular o Governo de fato" de Roberto Micheletti, trabalhem por uma solução rápida. Sobre o status de Zelaya, Lula destacou que ele é "hóspede" do Brasil, e não um refugiado. O presidente lembrou ainda que, "historicamente, as embaixadas, em todas as partes do mundo, protegeram a vida de muitas pessoas".

Como exemplo, citou o caso da diplomacia sueca, que, após o golpe de 1973 no Chile, "acolheu vários refugiados, gente que estava sendo perseguida pelo Governo de (Augusto) Pinochet". Na ocasião, o embaixador da Suécia em Santiago, Harald Edelstam, conseguiu tirar milhares de pessoas do país, já que, ao contrário da maioria dos diplomatas europeus, tomou uma postura ativa frente ao golpe de Estado.