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Reservas internacionais: Meirelles discorda do FMI

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu a acumulação de reservas nos países “emergentes”, estratégia criticada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Ficou demonstrado que a autoproteção é a melhor opção”, disse Meirelles. “Eu apoio a discussão de que seria mais eficiente se o FMI acumulasse as reservas para os países. Mas a questão é: quem é que vai tomar a decisão na hora em que um país precisar das reservas?”

O FMI aconselha os países “emergentes” a evitar acumulação excessiva de reservas, uma das causas para os desequilíbrios econômicos globais. Em vez disso, países como o Brasil deveriam usar linhas flexíveis do Fundo como “seguro” contra fugas de capital em crises internacionais.

O Fundo funcionaria como um “acumulador de reservas” de última instância. Meirelles afirmou que o alto nível de reservas – US$ 205 bilhões no início da crise – ajudou o Brasil a se recuperar mais rápido da recessão global. “As reservas internacionais do Brasil puderam compensar os bancos que restringiram as linhas de crédito para o país” durante a crise, disse o presidente do BC.

Acordo de Basileia

“Nós conseguimos substituir o setor privado porque tínhamos reservas suficientes e isso levou a uma recuperação rápida do mercado de crédito.” Ele lembrou que o país já voltou a acumular reservas – que estavam em US$ 205 bilhões no início da crise e agora já estão em US$ 225 bilhões e “subindo todo dia”, segundo Meirelles.

O presidente do BC afirmou também que o sistema bancário no Brasil estava muito capitalizado e segue regras conservadoras, o que ajudou na recuperação. A capitalização dos bancos está em 17%, bem acima dos 8% recomendados pelo acordo de Basileia II, disse ele.

Perguntado sobre o que vai acontecer com o Brasil quando os EUA equilibrarem suas contas externas e reduzirem significativamente suas importações, Meirelles disse que o País está preparado. “Antes de a crise começar, nossa economia já estava sendo puxada pelo consumo doméstico”, afirmou o presidente do Banco Central.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo