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Gonzáles, “El Loquito”: o papel do marqueteiro falastrão do PSDB

Marqueteiro ou coordenador — pelas suas declarações não dá para saber — da campanha do presidenciável tucano paulista José Serra, o jornalista Luiz Gonzáles quer, também, dirigir a campanha da candidata da situação, a ministra Dilma Rousseff (PT e aliados) e a agenda do presidente Lula.

Por José Dirceu, em seu blog

De novo, ele deitou falação, agora num seminário de marketing. Considerou que o presidente Lula não devia usar "instrumentos do governo" na disputa eleitoral, até porque, em sua opinião, o chefe do governo não deveria entrar nesse "ringue" agora.

Gonzáles pensou retrucar — mas não o fez — as manifestações do presidente Lula às críticas de Serra sobre a transposição do rio São Francisco. E, aí, disse não ser "bacana" e nem "correto" o presidente usar entrevistas à imprensa "para entrar no jogo eleitoral".

"O presidente deveria trabalhar mais e falar menos. […] Onde ele for, tem jornalistas. Portanto, ele usa o instrumento que tem. Eu acho chato que ele use um instrumento de governo para a disputa eleitoral. Não precisa disso", afirmou Gonzáles.

O marqueteiro-coordenador só esqueceu de avisar isso a seu candidato (Serra) e ao outro tucano (Aécio) que disputa com ele a indicação da legenda para concorrer ao Planalto ano que vem e que fazem o mesmo. Aliás, fazem política, como é próprio da função deles.

No 1º Seminário de Estratégia de Comunicação e Marketing — "O efeito Obama", em que externou seu propósito de dirigir as campanhas presidenciais de José Serra e Dilma Rousseff, o marqueteiro dos tucanos paulistas, Luiz Gonzáles, disse esperar que a petista não explore sua condição de mulher na disputa "porque um candidato deve conseguir a maioria do eleitorado independente do gênero."

"O tema da campanha de Dilma não é de gênero, é de continuidade. Se o tema for 'vote em mim porque sou mulher', é uma campanha errada", ensinou Gonzáles. Tem razão num ponto: o futuro governo de Dilma será realmente o terceiro de Lula, só que sem Lula.

Gonzáles antecipou que na preparação do discurso eleitoral de Serra a história do tucano é sua maior aliada. "A biografia que o Serra tem não precisa de nenhum truque. É só dizer quem é, o que fez o que pretende fazer. Ele tem alicerce e aval para o que pretende fazer", pontificou o marqueteiro.

Serra, na campanha, vai esconder que é homem?

Em outras palavras, para ele devíamos deixar de lado nossas qualidades e feitos (da candidata petista) e destacar nossos defeitos. E enaltecer seu possível presidenciável, Serra — se o governador Aécio Neves (MG) não vencer a prévia e for ele o candidato — que só tem qualidades, deve apresentar sua “biografia”, evidentemente escondendo que é homem, já que Dilma não pode “explorar” que é mulher

Só pode ser piada. E das ruins.

Mas, Gonzáles — ou "El Loquito", como está sendo chamado nos bastidores — nessa questão vai continuar falando em vão. Não tem a menor possibilidade de emplacar seus conselhos, pelo menos do lado de cá.