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Congressista americano ataca visita de Ahmadinejad ao Brasil

A visita a Brasília do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, marcada para o dia 23 dde novembro, motivou um duro ataque de Eliot Engel, líder da Subcomissão de Hemisfério Ocidental da Câmara dos Representantes dos EUA. Ele pediu que a Casa Branca "deixe claro" que a visita do "ditador" ao Brasil "é um erro". Em reunião com Engel, o embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota, repeliu a intromissão.

Reeleito no primeiro turno no último dia 13 de junho, com 62% dos votos do eleitorado iraniano, o "ditador" é alvo de uma campanha de hostilização a partir dos EUA e de Israel. A diplomacia brasileira defende a visita, em nome da importância do Irã e da não ingerência nos assuntos internos de cada país.

No entanto, Eliot Engel, deputado democrata por Nova York, tem outra opinião. "Espero que o governo dos EUA deixe claro ao presidente Lula que a visita de Ahmadinejad, um ditador que nega o Holocausto, é um erro", disse Engel, repetindo o bordão sobre a suposta negação do Holocausto, negada incontáveis vezes pelo presidente iraniano.

"Principalmente para um país respeitado como o Brasil, que quer um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU", acrescentou Engel, que é também presidente do Brazil Caucus no Congresso.

O congressista chegou a se reunir com o embaixador brasileiro em Washington para expressar seu "desagrado profundo" com a visita. Patriota, segundo uma fonte presente na reunião, citada pelo Estado de S. Paulo, "teria reagido de forma brusca, surpreendendo Engel".

A embaixada brasileira, conforme o Estadão, disse que houve apenas uma defesa da "posição brasileira de pluralidade em suas relações externas e engajamento construtivo nas relações bilaterais com o Irã".

Em entrevista ao mesmo jornal, o parlamentar americano relutou em falar sobre seu encontro com Patriota, limitando-se a dizer: "Manifestei o meu desagrado profundo com a visita de Ahmadinejad, já que nunca deixo de falar a verdade em meus encontros com embaixadores e ele (Patriota) defendeu sua posição."

Durante a visita, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reiterar que o governo brasileiro é contrário a sanções contra o Irã – decisão que para o Brasil só pode ser tomada depois de esgotadas todas as etapas de negociações.

Publicamente, Lula tem afirmado que sua preocupação é com as relações do Estado brasileiro com o Estado iraniano e não com as tensões que envolvem o militanten antiimperialismo da República Islâmica do Irã.

De acordo com diplomatas, o Brasil defende o direito do Irã ao uso pacífico da energia nuclear. Durante a visita, Lula vai reiterar que o Irã tem direitos e obrigações a cumprir e que certamente desempenhará bem seu papel.

Para Virgílio Arraes, professor de História do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), ouvido pela Agência Brasil, a visita de Ahmadinejad ao Brasil consolida o papel diplomático do governo brasileiro. “O Brasil tem uma relação amistosa com todos os países do Oriente Médio e de harmonia e respeito às políticas internas”.

Da redação, com agências