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Especulação financeira: ganho com dívida supera até taxa Selic

O economista Ricardo Bergamini, da UFSC, calcula que até setembro a dívida interna da União garantiu ganho real para os investidores de 13,31% ao ano. O resultado, acima da taxa básica (Selic), em 8,75% ano, se deve, diz, à deflação média/mês do IGP-M de 0,1769% (2,1436% ao ano).

Já Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), reiterou que a baixa taxa de 0,05% do IGP-M em outubro confirmou a tendência para deflação acumulada em 2009, que será a primeira desde a criação do índice, em 1989.

"O governo trabalha com uma fantasia de inflação, que é o custo de vida, em torno de 4%, mas o IGP-M é negativo. Isso dá outro ganho ao investidor, além da Selic e do IPCA", comenta Dércio Munhoz, professor da UnB.

Munhoz critica ainda a política de compulsórios elevados, o que considera uma aberração: "O compulsório é grande para financiar o próprio Banco Central (BC), que fica com uma massa enorme de recursos e cria escassez. Isso dá aos bancos a chance de subir juros e comissões, mantendo o crédito controlado pela oferta."

Para ele, essa política "maquiavélica" retira poder de barganha das empresas junto aos bancos. "Não está definido o objetivo da política de controle monetário. Com a economia crescendo tão pouco, não se pode dizer que é para conter a demanda."

A informação é do Monitor Mercantil