Ato com Lula, shows e presenças estrangeiras marcam 12º Congresso
Quatro dias, 1.100 delegados, 100 convidados estrangeiros e 150 convidados nacionais além de uma centena de funcionários responsáveis pela organização e apoio. Estes são alguns dos números envolvidos na realização da plenária final do 12º Congresso do PCdoB, que começa nesta quinta-feira, dia 5, no Anhembi, em São Paulo e que terá a participação do presidente Lula e de diversos ministros, entre eles a pré-candidata à presidência, Dilma Rousseff.
Publicado 03/11/2009 22:43

Um dos pontos altos do evento será o ato político, marcado para a sexta-feira, 6, a partir das 19h. Além do presidente da República – que modificou sua agenda para poder participar da atividade – e da ministra, estão confirmadas as presenças dos ministros da Justiça, Tarso Genro; da Igualdade Racial, Edson Santos; dos Direitos Humanos, Paulo Vannucchi e do Esporte, Orlando Silva, além do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e dos governadores Sérgio Cabral (RJ), Eduardo Campos (PE) e Paulo Hartung (ES).
Aliado do PT e de Lula desde as eleições de 1989, o PCdoB tem lutado, no governo, para a implementação de mudanças estruturais no país. E neste congresso coloca como fator fundamental para se alcançar o socialismo a adoção de um novo projeto nacional de desenvolvimento. Para isso, defende a necessidade de, nas eleições de 2010, o povo brasileiro garantir mais uma vitória do campo popular, mantendo no poder as forças de esquerda e progressistas que sustentam o governo Lula.
Coerência
"Quando falamos do 12º Congresso, estamos falando de um evento de grande porte envolvendo mais de 1.450 pessoas durante quatro dias, o que nos fez planejar tudo com muito cuidado e atenção, estabelecendo sinergias entre todas as áreas envolvidas", diz Ronald Freitas, secretário de Relações Institucionais e um dos responsáveis pela organização do evento, o maior da história do partido.
Às vésperas da plenária final do processo congressual iniciado em julho e se dividindo entre uma reunião e outra, o dirigente lembra que o tamanho do evento está diretamente ligado à expansão do partido, que chegou a 50% nos últimos quatro anos, além do crescente prestígio e participação dos comunistas na política nacional. “Apesar de ainda ser um partido pequeno, ele vem crescendo, mas isso apenas não basta. No Brasil, conta muito a capacidade que uma legenda tem de influenciar no Congresso Nacional, onde nossa bancada ainda é reduzida”, diz Freitas. Nas próximas eleições, a meta é duplicar o número de deputados federais.
Outro ponto que coloca como obstáculo a ser superado está no campo das ideias. “Ainda há muito preconceito político e ideológico com os comunistas”, lamenta. Mas, enfatiza: “estamos mostrando que não somos um partido nanico, como tentam nos rotular. Temos uma posição política muito sensata e coerente. Somos qualitativamente diferentes e, desde a nossa criação, há 87 anos, defendemos o comunismo”.
Mas, para Freitas, os ares políticos são bastante positivos para a esquerda e para o PCdoB em particular. “E conforme amplos setores da sociedade vão tendo contato com o partido, ficam agradavelmente surpreendidos com as nossas posições políticas, pela defesa intransigente que fazemos da busca por um país mais harmônico e solidário”.
Infra-estrutura
Para melhorar o funcionamento do Congresso, várias medidas foram tomadas. Entre elas, a elaboração de um sistema de pré-credenciamento pela internet e um de votação eletrônica para eleger os membros do Comitê Central. "Com esse nível de informatização, facilitaremos a quitação das contribuições – no caso do pré-credenciamento – e, no caso da eleição, teremos um sistema moderno, seguro e que nos dará, em poucos minutos, o resultado final da eleição", explica Freitas. O sistema foi desenvolvido por técnicos da Bahia e utilizado em sua Conferência Estadual. "Teremos 44 terminais de votação, com um fluxo bastante ágil de transferência de informação", diz o dirigente.
Em sua estrutura, o Congresso terá também sala de imprensa e lojas da editora Anita Garibaldi e do portal Vermelho, de entidades dos movimentos sociais – como Unegro, Cebrapaz e UBM – e de publicações progressistas.
Do ponto de vista cultural, o 12º Congresso também terá atividades. No sábado, 7, pela noite, além do lançamento do livro “Ideias e rumos”, do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, haverá uma festa de confraternização com show de Jorge Mautner e roda de samba.
Delegações estrangeiras
Foram convidadas 50 delegações de diversos países, número maior do que o do congresso anterior. Entre os que confirmaram presença estão dirigentes dos partidos comunistas que estão no poder, como o de Cuba, do Vietnã, da China e da Coreia do Norte, além de partidos de toda a América do Sul. Entre os europeus estão os partidos comunistas Português, Grego, da República Tcheca, Francês, o Partido dos Comunistas Italianos e o Partido da Refundação Comunista, da Itália e o Partido Comunista do Chipre, que ocupa a presidência da República.
Do Oriente Médio, virão representantes do Partido Comunista do Líbano e do Baath, da Síria, além de cinco organizações comunistas e patrióticas da Palestina. O PC Sul-Africano, o Partido Comunista da Índia e o Partido Comunista da Índia (Marxista) também estão entre os convidados. Além disso, estarão presentes organizações de esquerda e progressistas, como o Partido da Revolução Democrática e o Partido do Trabalho, ambos do México; a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, de El Salvador; a Frente Sandinista de Libertação Nacional, da Nicarágua e o Partido à Esquerda, da Alemanha.
Reuniões bilaterais entre os dirigentes estrangeiros e do PCdoB acontecerão no decorrer desta semana e um passeio turístico pela cidade de São Paulo também está entre os compromissos destas delegações. “Essa presença numerosa de companheiros de outros países é uma demonstração inequívoca do fortalecimento do internacionalismo proletário e acentua o caráter revolucionário, classista e antiimperialista de nosso congresso”, finalizou o secretário de Relações Internacionais, José Reinaldo Carvalho.
Da redação