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Desaparece o celular do travesti brasileiro assassinado na Itália

A esquadra móvel de Palermo e o procurador de Justiça Giancarlo Capaldo ainda não têm resposta para três dúvidas fundamentais a respeito da morte do transexual brasileiro conhecido como Brenda e envolvido no escândalo que derrubou Piero Marrazzo, governador da região Lázio.

Por Wálter Fanganiello Maierovitch, no Terra Magazine

– 1º Mistério.

Brenda, em 8 de novembro, foi abordada por duas pessoas que lhe levaram somente o aparelho celular. Mais ainda, deram-lhe uma surra.

No celular estavam registrados os nomes dos seus clientes “vips”, as chamadas recebidas, etc.

Só que Brenda, bem antes da subtração, tinha um segundo celular. Um “palm” Samsung, que deixava em casa e guardava em duplicata os telefones dos clientes que melhor pagavam e exigiam reserva da sua parte.

Quando veio a público o escândalo Marrazzo, com a prisão de quatro policiais carabineiros que fariam extorsão e negociavam com a mídia a venda de imagens do affair Marrazzo-Natalie (trans brasileira), a polícia pediu para Brenda deixar um número de celular, onde pudesse ser encontrada.

Brenda deu o número do celular Samsung, que era o reservado e não o levava quando saia para fazer trottoir.

Mistério: o celular desapareceu do mini-apartamento de Brenda, na noite do incêndio.

– 2º Mistério.

Por Brenda, segundo descoberta recente do Ministério Público, passou um segundo filme a envolver Marrazzo.

Esse filme — conforme testemunho de Brenda no processo — realizou-se com a anuência de Marrazzo. No vídeo, Marrazzo aparecia numa banheira com dois travestis brasileiros.

Brenda afirmou que apagara do seu computador essas imagens de Marrazzo. O computador de Brenda acabou apreendido pela polícia, na ocasião.

Um segundo e desconhecido computador de Brenda foi encontrado no local da sua morte. Estava mergulhado na pia do banheiro, com a torneira aberta.

No caso de ocorrência de homicídio de Brenda, o assassino procurou destruir a memória do computador, submergindo-o em água, segundo o procurador Cataldo. Ele aposta, até agora, em homicídio.

Mistério: a perícia acaba de informar que conseguiu recuperar os dados da memória do computador. Amanhã serão abertos os arquivos ao procurador Cataldo.

– 3º Mistério.

Segundo a perícia, o fogo começou dentro de um trolley (pequena maleta com rodas, que podem ser levadas por passageiros em vôos).

Brenda estava inconsciente quando começou o incêndio: havia ingerido altas doses (cerca de 50 gotas) do sonífero Minas.

Não se sabe sobre uso voluntário de alta dose ou se foi obrigada a ingerir todo o líquido.

Brenda usava sempre tal sonífero, que, como já comprovado, era comprado em farmácia, com receita médica.

Mistério: como começou o fogo dentro da maleta ? Os peritos não encontraram nada capaz de produzir combustão e fogo dentro do troyler.

Pano Rápido. Os principais jornais italianos, dentre eles o La Reppublica, dedicam primeira página e manchete ao caso Brenda.