Professores estaduais entram em estado de greve

Professores da rede pública gaúcha estão em estado de greve. A decisão foi tomada na assembléia que reuniu cerca de 4 mil educadores no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre (RS) na sexta-feira (20).

Os professores querem que o governo estadual retire da votação na Assembléia Legislativa o Projeto de Valorização do Servidor Público. Entre as medidas que integram o pacote, os servidores criticam a que institui a meritocracia, através de avaliações, no plano de carreira. A presidente do Cpers Sindicato, Rejane de Oliveira, argumenta que os professores querem manter o plano de carreira atual.

"A meritocracia acaba com a isonomia e a paridade. Nós queremos a manutenção do nosso plano de carreira, que traz a progressão através da habilitação, através do tempo de serviço, que é a questão da experiência", diz.

O atual Plano de Carreira da categoria prevê um salário base e sobre este valor, incidem todos os demais itens, como progressão de carreira e avanços por tempo de serviço. Segundo Rejane, no pacote, a governadora Yeda Crusius muda o plano ao oferecer um valor completivo sobre o qual não incindirão os itens. Desta maneira, o piso salarial se tornaria um teto, o que irá congelar os salários. A sindicalista ainda pondera que o pacote deixa de fora professores com cargo superior, aposentados e funcionários de escola.

Os professores realizarão uma próxima assembléia no dia 09 de Dezembro. Caso o governo não tenha retirado o projeto da Assembléia Legislativa, a categoria pode entrar em greve. Rejane diz que mudar o plano de carreira integra o processo de sucateamento da educação gaúcha, que passou pela enturmação e o fechamento de escolas.

"Se nós tivermos que fazer uma greve para assegurar os nossos direitos, a sociedade tem que responsabilizar a governadora Yeda, que mais uma vez demonstra sua falta de compromisso com a população do RS", diz.

A partir da próxima semana, os professores farão vigílias nas 3ªs, 4ªs e 5ªs feiras em frente à Assembléia Legislativa, para sensibilizar os parlamentares a não aprovarem o pacote. Também devem ocorrer protestos pelo interior.

FONTE: Agência Chasque