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Protógenes sobe ao palco para discutir teatro e poder

O jogo de cena implícito nos pronunciamentos de políticos para plenários/plateias pouco dóceis  é um dos eixos de discussão do ciclo "Teatro e Poder", que o grupo Parlapatões promove com periodicidade mensal em sua sede, em São Paulo, a partir de hoje. A programação prevê seis encontros com políticos no palco da companhia, na praça Roosevelt. O primeiro a participar é o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha e se filiou há pouco ao PCdoB.

"Todos eles sabem que estar em palanques é representar, fazer teatro. Não há como fugir disso. A ideia é humanizar sua relação com a sociedade, porque eles ficam desconectados, encarcerados [em plenários e gabinetes]", diz o ator e diretor dos Parlapatões Hugo Possolo.

A série também debaterá o poder político do teatro, para além do engajamento partidário ou da contestação pontual de um regime -como fazia a dramaturgia de viés esquerdista durante a ditadura militar.

"Não é só uma questão panfletária", observa Possolo. "A potência do teatro pode ser relativa, circunscrita a um efeito no entorno, como mostra nossa experiência na praça Roosevelt. Ou visível na recuperação do sentido coletivo do fazer artístico, como aconteceu a partir dos anos 90, com o fortalecimento do teatro de grupo, depois de uma década difícil, em que atores eram reunidos por produtores para empreitadas específicas e depois dispersavam-se", afirma.

O próximo encontro será com a subprefeita da Lapa, Soninha Francine (PPS-SP), e acontece em 7/12. Em fevereiro, ainda sem data definida, o convidado será o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Fonte: Folha de S.Paulo