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Especialista vê acordo em Copenhague como 'quase impossível'

O diretor de Mudança Climática da Subsecretaria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Nazareno Castillo, disse considerar "quase impossível" que a Conferência da ONU sobre o Clima, que ocorrerá em dezembro em Copenhague, resulte em um acordo sobre novas metas de redução de gases causadores do efeito estufa.

Em entrevista à agência de notícias italiana Ansa, ele mencionou alguns dos pontos que, em sua opinião, prejudicam o debate e tornam muito difícil buscar um consenso entre as nações.

São elas "a falta de compromisso dos Estados Unidos, o fato de que os esforços anunciados pelos países desenvolvidos são menores que os exigidos e a dificuldade de financiamento das economias emergentes".

Mas, apesar dos entraves, Castillo explicou que as negociações ainda seguem, embora lentamente. "É quase impossível chegar a um acordo vinculante de agora até Copenhague", opinou o especialista.

"Uma das razões é que nos Estados Unidos existe uma legislação que não será aprovada antes da reunião, e os demais países não querem avançar sem que os Estados Unidos estejam, ainda que domesticamente, comprometidos com o tema", explicou.

A legislação norte-americana, que ainda deve ser discutida no Senado, propõe uma redução de 17% das emissões de gases até 2020, mas tomando como referência os níveis de 2005, e não os de 1990, como ocorre para os demais países.

Outro ponto para o qual Castillo chama a atenção é a insuficiência dos compromissos já assumidos por algumas nações. "O que foi proposto, com respeito aos esforços que os países estão dispostos a fazer, não são consistentes com o que se requer ", ponderou.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) recomendou aos países desenvolvidos, responsáveis pela maior parte das emissões, reduções que estejam entre 25% e 40% para 2020. No entanto, sugestões apresentadas não superam sequer os 20%.

"Não está claro como estes esforços se distribuem, nem qual é o papel dos países emergentes neste esforço global para reduzir emissões", afirmou Castillo.

"Alguns países desenvolvidos querem que nações como China, Índia e Brasil adotem compromissos quantitativos, ainda que não sejam de redução, mas de limitações, o que é uma exigência menor", acrescentou.

Fonte: Ansa