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Índia assume meta de 20% a 25% de redução na emissão de gases

Às vésperas da cúpula do clima em Copenhague, a Índia anunciou nesta quinta-feira (3) a meta de reduzir suas emissões de gases de 20% a 25% até 2020 em comparação com os níveis de 2005. O país é o quarto maior emissor de gases causadores do efeito estufa, em números absolutos, mas um dos menores poluidores per capita.

O compromisso indiano, comno o chinês, é de redução na intensidade de carbono – ou seja, a quantidade de dióxido de carbono emitida para cada unidade do Produto Interno Bruto. O país considera que uma redução das emissões em termos absolutos prejudicaria o seu esforço de desenvolvimento. Nova Delhi também não adiantou uma data para dar início à redução das emissões.

"A Índia não pode ser como um sapo em um poço, ela precisa mostrar liderança a seu próprio povo. Precisamos mostrar ação", disse ao Parlamento o ministro do Meio Ambiente indiano, Jairam Ramesh, apresentando pela primeira vez a posição de negociação da Índia antes das conversações em Copenhague.

"Precisamos ser flexíveis sem comprometer nosso interesse nacional básico. A Índia não aceitará um corte de emissões que tenha a obrigação legal de cumprir", disse ainda o ministro.

Com o anúncio indiano, 18 países, e mais a União Europeia, anunciaram metas tendo em vista a cúpula de Copenhague, que acontece nos dias 17 e 18. Entre eles estão os maiores emissores de gases, que são, pela ordem: China, Estados Unidos, Rússia Índia e Japão (clique aqui para saber mais).

Ramesh disse que a Índia aceitará a verificação internacional de seus esforços de redução de emissões, desde que eles tiverem o apoio financeiro e tecnológico das metrópoles desenvolvidas. Os países em desenvolvimento argumentam que foram as nações ricas que geraram o perigo do aquecimento global, com mais de dois séculos de poluição, e exigem compensações que facilitem o seu esforço de redução das emissões, sem afetar o desenvolvimento econômico indispensável aos seus povos.

Muitos países em desenvolvimento, como China, o Brasil e agora a Índia, dizem que estão tomando medidas voluntárias para frear o aumento de suas emissões, como o uso maior de energia renovável e a adoção de padrões de eficiência energética.

As conversações em Copenhague visam principalmente definir um pacto global legalmente compulsório depois de discussões entre países ricos e pobres sobre quem deve reduzir emissões, o tamanho dessas reduções e quem deve pagar por elas. O prazo das negociações já se esgotou, mas ainda há esperança de que seja possível fechar um pacto político substancial na conferência.

O Brasil assumiu no mês passado um compromisso voluntário de reduzir em 36,1% a 38,9% suas emissões estimadas para 2020, o que traria a geração de gases para um nível próximo do de 1994. Dias mais tarde, a China disse que pretende reduzir sua intensidade de carbono até 2020 em 40% a 45% em relação a 2005. Por fim, os EUA assumiram o compromisso de reduzir suas emissões de gases estufa em cerca de 17% abaixo do nível de 2005 até 2020, ou 3% abaixo do marco de 1990, usado nos tratados da ONU.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, dos EUA, Barack Obama, e o primeiro minisro chinês, Wen Jiabao, estão entre 98 líderes mundiais que devem participar da cúpula em Copenhague, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, ainda não confirmou sua presença.