Copenhague se prepara para decidir sobre o futuro do planeta

A megaestrutura montada no Bella Center, centro de eventos que recebe a partir desta segunda-feira (7) cerca de 15 mil pessoas para a 15ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-15), representa o tamanho do desafio proposto para 193 nações que participam das discussões em Copenhague, na Dinamarca. 

 A missão das delegações e dos cerca de 100 chefes de Estado e de governo, que devem comparecer só na fase final do debate dentro de duas semanas, é firmar um acordo para impedir que a temperatura média do planeta suba mais que 2 graus Celsius (ºC) até o fim deste século.

Para isso, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, a sigla em ingês), é preciso que o esforço conjunto de todos os países reduza entre 25% e 40% as emissões de gases que provocam o efeito estufa, até 2020, considerando o nível de emissões calculado em 1990.

As propostas apresentadas até agora pelos países ricos (únicos que chegam à capital da Dinamarca com a obrigação de apresentar metas para reduzir os atuais níveis de emissões de gás carbônico), no entanto, não atendem sequer a metade do piso do cálculo produzido pelos cientistas.

O secretário executivo da COP-15, Yvo de Boer, afirmou neste domingo (6) que todas as propostas apresentadas até agora podem e precisam ser elevadas durante a discussão. Ele exortou os países ricos a apresentarem volumes inéditos de recursos para financiar ações de mitigação dos efeitos causados pelos gases de efeito estufa nos países pobres e em desenvolvimento.

“Em termos de financiamento imediato, acredito que nós precisamos de U$ 10 bilhões para 2010, U$ 10 bilhões em 2011 e U$ 10 bilhões em 2012. Isso é para começar o financiamento. Claramente, nós sabemos que vamos precisar de outras centenas de bilhões de dólares até 2020 ou 2030”, avaliou de Boer.

As principais ações de mitigação, que devem ser patrocinadas nacionalmente e internacionalmente, são esperadas de países como a China, a Índia e o Brasil, que têm alto nível de emissões de gás carbônico e, ao mesmo tempo, destacam-se pelo crescimento econômico e pela elevada capacidade de desenvolvimento de tecnologia limpa.

No caso do Brasil, a proposta apresentada em novembro é de reduzir entre 36,1% e 38,9% o nível de emissões projetado para 2020. Metade do objetivo, segundo o governo, pode ser alcançado reduzindo em 80% o desmatamento na Amazônia nos próximos 11 anos.