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COP-15: Duas semanas para algum acordo

Representantes dos 193 países da Organização das Nações Unidas reúnem-se a partir desta segunda-feira (7) em Copenhague, na Dinamarca, em busca de um acordo, perseguido há 17 anos, que impeça o aquecimento da Terra acima de 2 graus, até o fim deste século.

Para que esse objetivo seja alcançado, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas considera necessário reduzir entre 25% e 40%, até o ano 2020, o nível de emissão de gases de efeito estufa calculado em 1990.

Mas as propostas anunciadas até aqui pelos países ricos, obrigados a cumprir as metas, não garantem a redução de emissões nem à metade do nível que os cientistas consideram necessário.

Ontem o secretário executivo da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-15), Yvo de Boer, conclamou os países ricos a se comprometerem com o financiamento de ações de mitigação dos efeitos da emissão de gás carbônico nos países pobres e em desenvolvimento. Ele estimou em US$ 30 bilhões os recursos necessários nos próximos três anos.

“Isso é para começar o financiamento. Claramente, sabemos que vamos precisar de outras centenas de bilhões de dólares até 2020 ou 2030?.

As principais ações de mitigação são esperadas de países como a China, a Índia e o Brasil, que têm alto nível de emissões de gases de efeito estufa, estão em processo de crescimento econômico e mostram alta capacidade para desenvolver tecnologia limpa.

Ações voluntárias

O Brasil já anunciou a meta de reduzir entre 36,1% e 38,9% o nível de emissões projetado para 2020, mediante a implementação de ações voluntárias. E pretende alcançar metade dessa meta reduzindo em 80% o desmatamento na Amazônia.

Ontem, ao participar de ato público no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o ministro do Meio Asmbiente, Carlos Minc, reafirmou que o governo destinará R$ 1 bilhão dos lucros com a exploração de petróleo para o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, instituído por lei que o presidente Lula sancionará nos próximos dias.

“Esses recursos são provenientes da indústria petrolífera, equivalem a 10% do lucro do petróleo. O Brasil vai chegar a Copenhague como o primeiro país com um fundo para mudanças climáticas com recursos do petróleo”, disse o ministro a uma plateia formada por autoridades, artistas e ambientalistas.

Minc citou outras duas medidas de preservação ambiental que o governo prepara.

Uma será o Pacto da Carne Legal e Sustentável, em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A outra será a aprovação de seis projetos adicionais do Fundo Amazônia, criado para estimular a preservação da floresta.

O ato de que o ministro participou na capital paulista abriu a campanha Tic Tac Tic Tac, articuda por várias entidades, e foi animado por cantores identificados com o movimento ambientalista, como Gabriel O Pensador e Zélia Duncan.

“Toda essa campanha tem a ver com a mobilização da opinião pública, das pessoas, para fazer a diferença, dar o seu recado às autoridades e pressionar. Porque a gente sabe que a pressão dá resultado e a gente consegue avançar desse jeito”, disse o coordenador executivo da campanha, Aron Belinky.

Ao evento deste domingo se somarão outras nas próximas duas semanas. Para sábado está prevista uma mobilização de âmbito internacional.

Fonte: Brasília Confidencial