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EUA reconhecem que CO2 é causa de mudança climática

Numa mudança definitiva de postura, os Estados Unidos reconheceram oficialmente nesta segunda-feira (7) que as emissões de dióxido de carbono são responsáveis pelo aquecimento global e constituem "uma ameaça à saúde pública e ao bem-estar do povo norte-americano".

O reconhecimento, segundo analistas, abre caminho para que os EUA — até agora o mais reticente entre os grandes países poluidores — instituam uma regulação para limitar a liberação de gases do efeito estufa na atmosfera.

A declaração foi feita em Washington pela diretora da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos EUA, Lisa P. Jackson, no mesmo dia em que começou em Copenhague, na Dinamarca, a conferência anual da ONU sobre a mudança climática (CoP-15).

"Tenho o orgulho de anunciar que a EPA concluiu seu estudo sobre a poluição de gases do efeito estufa, e agora está autorizada e obrigada a fazer esforços consideráveis para reduzir os poluentes", disse Jackson em entrevista coletiva.

Segundo ela, a partir do próximo mês, a agência começará a monitorar o nível de emissão dos principais poluidores nos EUA e, de 2011 em diante, irá divulgar regularmente relatórios públicos sobre as quantidades emitidas de dióxido de carbono e outros gases.

"Este governo não vai mais ignorar a ciência nem a lei, nem vamos fugir à responsabilidade que devemos aos nossos filhos e netos", enfatizou a diretora da EPA.

Com esta medida, a Casa Branca quer demonstrar em Copenhague que está tomando medidas para reduzir as emissões do país mais poluente do mundo em termos per capita.

A EPA qualificou seis gases causadores do efeito estufa — dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbonos, perfluorcarbonos e hexafluoreto de enxofre — como ameaças à saúde pública sob a regulamentação batizada de Clean Air Act (Lei do Ar Limpo).

Determinar a periculosidade desses gases permite ao governo dos EUA aplicar uma série de regulamentos antipoluentes contra os gases estufa emitidos por fábricas e veículos, entre outros.

Quanto ao questionamento sobre os dados científicos usados para demonstrar o aquecimento global na ONU, vazado na semana passada, Lisa Jackson disse que existem "evidências avassaladoras" da mudança climática.

Europa

Enquanto isso, na Dinamarca, ministros do Exterior da UE (União Europeia) reiteraram a intenção do bloco em reduzir emissões em 30% até 2020, se chegarem a um acordo "ambicioso".

O chanceler do país anfitrião, Per Stig Møller, insistiu que a UE cumprirá a promessa e passará de um corte de 20%, aprovado unilateralmente pelos 27 países-membros do bloco, para um de 30%, desde que seja fechado um grande pacto internacional na conferência de Copenhague.

Segundo Møller, o bloco ainda deve analisar se as ofertas de redução apresentadas até agora por outros países são suficientes para efetuar esse salto.

"Vimos uma oferta promissora da África do Sul, mas com condições. O mesmo aconteceu com Coreia do Sul, Japão, Nova Zelândia e Rússia", disse o ministro dinamarquês.

Com informações do Opera Mundi