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México já não vê como abrigar Zelaya neste momento

O Governo do México disse, nesta quinta-feira (10), que, neste momento, já não tem como acolher o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, atualmente instalado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. "Por enquanto, após uma conversa telefônica ontem à noite com Zelaya, tudo parece indicar que as chances de esta mudança acontecer ainda não estão vigentes", disse a secretária (ministra) das Relações Exteriores, Patricia Espinosa.

Ela confirmou que, na noite anterior, foi enviado um avião do Estado Maior presidencial a Tegucigalpa, com a finalidade de pegar Zelaya. A aeronave, contudo, não pôde pousar no aeroporto, porque a permissão foi negada pelo governo golpista.

"Havia um certo senso de urgência em fazer isso (tirar Zelaya de Tegucigalpa) e, desafortunadamente, já durante o vôo, as autoridades hondurenhas solicitaram que o avião saísse do espaço aéreo e ele se viu obrigado a aterrizar em El Salvador", acrescentou.

A chanceler mexicana disse que a tentativa de conseguir um salvo-conduto para o líder deposto foi uma "solicitação do próprio presidente Zelaya", para que permanecesse no México por um tempo ainda indefinido. Patrícia explicou que o governo mexicano não manteve contato com o regime de fato de Honduras durante o processo.

Ontem à noite, o governo golpista de Honduras, presidido por Roberto Michelleti, julgou "improcedente" o pedido de salvo-conduto para que Zelaya seguisse ao México. Para autorizar a viagem, o regime hondurenho exige do presidente deposto que renuncie à presidência e parta para o exterior na condição de asilado, o que já foi descartado por Zelaya.

O  ministro do Interior do governo Micheletti, Oscar Matute, afirmou, nesta quinta, que as opções dadas a Zelaya seriam deixar a embaixada do Brasil para sair do país como asilado político ou para entregar-se à Justiça."Que opção resta a José Manuel Zelaya Rosales? Sair com um pedido de asilo de uma nação irmã ou se submeter às autoridades judiciais para que seus advogados (…) façam as defesas pertinentes"

A chanceler Parícia Espinosa lembrou ainda que a definição do status migratório com que um cidadão de outra nacionalidade é admitido "é uma faculdade exclusiva do país que o recebe". Ela também disse que o México estava em contato direto com o presidente deposto para definir como ele seria recebido em território mexicano.

A legislação mexicana, acrescentou, contempla a figura do asilo e outras, como a de visitante ou visitante distinto, "mas as autoridades ainda não tinham decidido qual destes status seria concedido a Zelaya".

Com agências

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