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Entidade de ex-auxiliar de Serra e Kassab fez contrato milionário

O jornal Agora, do grupo Folha, descobre contrato milionário feito sem licitação em favor de entidade que tem ex-secretário do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) e do ex-prefeito e atual governador José Serra (PSDB) como dirigente. A Folha de S. Paulo, estranhamente, nada publicou e deixou o furo inteiramente no Agora. É a “terceirização” da saúde beneficiando entidades que contam com políticos que “terceirizam” a saúde.

Depois que o escândalo foi parar nas páginas dos jornais, o prefeito Kassab resolveu suspender o contrato milionário, , de R$ 15,8 milhões, feito sem licitação, com uma entidade que prestaria serviços odontológicos na capital. O ex-secretário-adjunto da pasta, Ailton de Lima Ribeiro, faz parte da diretoria da organização, intitulada Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde).

A secretaria afirma que foi “surpreendida” com a ligação de Ribeiro com o Iabas. O nome dele, porém, está publicado no site da organização, que o coloca como “diretor de gestão em saúde pública”. Após ser procurado pela reportagem, no entanto, o Iabas retirou o nome do ex-secretário do ar. Depois de ser questionada, a organização voltou atrás e republicou o nome no site.

O jornal revela ainda que o pivô da polêmica, Ailton de Lima Ribeiro, trabalhou também na gestão do então prefeito José Serra e no Ministério da Saúde, quando Serra era ministro da pasta.

Ribeiro afirmou que não tem mais relação com a prefeitura. "Não tenho influência junto ao secretário [Januario Montone] nem ao prefeito Gilberto Kassab. Eu pedi desligamento do cargo para me dedicar a outros projetos há quase um ano", disse Ribeiro, que atualmente é diretor de um hospital em Brasília, também gerido pelo modelo de organizações sociais.

"Conheci o Iabas no final de 2008, quando era secretário-adjunto, mas naquela época não tinha relação com a entidade. Só entrei para a diretoria em outubro, quando surgiu uma oportunidade para a entidade desenvolver um projeto no Rio de Janeiro. Eles precisavam de uma pessoa com experiência."

Para Ribeiro, a posição da prefeitura é "precipitada". Ele afirma que não fez qualquer interferência. "O Iabas já tinha sido escolhido para esse projeto. Minha posição é isenta."

Com informações do jornal Agora e do Blog Leituras do Favre