Chile: Frei inicia campanha pelo 2º turno
O candidato a presidente do Chile pela coalizão governista Concertación, Eduardo Frei, lançou ontem sua campanha para o segundo turno das eleições e disse que o pleito será uma "disputa valorosa".
Frei conseguiu 29% dos votos na primeira etapa do processo eleitoral, realizada no dia 13. O candidato mais bem colocado foi o opositor Sebastián Piñera, da Coalizão pela Mudança, que angariou 44% das preferências. Os dois voltam a se enfrentar nas urnas no dia 17 de janeiro.
Publicado 17/12/2009 14:37
Caso eleito, Piñera quebraria uma sequência de 20 anos de governos da Concertación, iniciada com a derrocada da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). Também seria a primeira vez desde 1958 que a direita sobe ao poder a partir de eleições diretas.
Ontem, em seu discurso no lançamento da campanha para o segundo turno, em Santiago, Eduardo Frei lembrou os mandatos consecutivos da coalizão de esquerda e disse sentir-se orgulhoso destes governos. "Sou o herdeiro histórico dos presidentes da Concertación, do presidente [Patrício] Aylwin [1990-1994], do presidente [Ricardo] Lagos [2000-2006] e da presidente [Michelle] Bachelet [atual mandatária chilena]".
Frei citou ainda "os grandes presidentes do passado", Pedro Aguirre Cerda (1939-1941); seu pai, Eduardo Frei Montalva (1964-1970); e Salvador Allende (1970-1973), tirado do poder pelo golpe de Pinochet. Durante o ato, o candidato governista também renovou seu apelo aos eleitores dos derrotados na primeira etapa das eleições chilenas, o independente Marco Enríquez-Ominami (que obteve 20% dos votos) e o comunista Jorge Arrate (6%).
Ominami já anunciou que não apoiará ninguém no segundo turno e disse aos eleitores que votem de acordo com sua opinião pessoal. Já Arrate incitou várias vezes os esquerdistas a se unirem contra Piñera, embora ainda não tenha formalizado sua preferência. No ato de ontem, porém, estavam presentes alguns representantes do Partido Comunista.
Frei se referiu aos eleitores dos candidatos derrotados ao dizer que seu programa de campanha tem afinidade tanto com o de Ominami quanto com o de Arrate. "Temos muitas ideias que são comuns e é preciso somar essas visões e convidar todos os chilenos, porque vamos construir um governo para todos e não para uns poucos", acrescentou o presidenciável e atual senador.
"Aqui há espaço, aqui somos capazes de dialogar, de entender o que é fundamental para o Chile", garantiu Frei. "Com alegria, com decisão, com coragem, vamos ganhar por vocês", completou ao falar com os eleitores presentes no ato.
Com Ansa Latina