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Pesquisa consolida candidatura de Netinho ao Senado, diz PCdoB

Os últimos números da pesquisa Datafolha para senador em São Paulo consolidaram a pré-candidatura do vereador paulistano Netinho de Paula, do PCdoB. É o que afirma ao Vermelho a presidente estadual do partido, Nádia Campeão.

“São Paulo carece de novas lideranças, e a pesquisa, como um todo, mostra que o eleitor está disposto a partir para uma renovação — está com vontade de examinar novos nomes para a bancada majoritária. Netinho, com menos de um ano de mandato, já consegue se emparelhar na pesquisa contra nomes já antigos no cenário político”, analisa Nádia.

No levantamento publicado nesta segunda-feira (21) pela Folha de S.Paulo, Netinho tem 22% das intenções de voto. A disputa é liderada pelos atuais senadores Aloizio Mercadante (PT, 32%) e Romeu Tuma (PTB, 27%). Em terceiro lugar, há um empate técnico entre três nomes — o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB, 24%) e a ex-vereadora Soninha Francine (PPS, 22%), além do próprio Netinho. O melhor desempenho do pré-candidato do PCdoB é na faixa entre 16 e 24 anos, na qual ele desponta na segunda colocação, com 29%.

“É um reconhecimento do nome que o Netinho vem conquistando na política”, diz Nádia Campeão. “Ele tomou posse na Câmara Municipal com muita vontade de atuar pelo coletivo, com seriedade e trabalho. O Netinho comparece a todas as sessões legislativas e se destaca nas comissões em que atua. Uma prova disso é que, agora mesmo, ele passará a integrar uma das comissões mais importantes da Câmara — a Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa.”

Na opinião de Nádia, os bons índices de Netinho na pesquisa Datafolha credenciam ainda mais os planos do partido e da esquerda para as eleições 2010. “A exemplo do que fizemos nas eleições municipais de São Paulo no ano passado, vamos buscar formar uma frente que inclua os partidos de esquerda e centro-esquerda, reunindo sobretudo PT, PCdoB, PSB, PDT e PRB.”

Para o governo estadual, Nádia afirma que a candidatura preferencial para unificar esses partidos é a do deputado federal Ciro Gomes (PSB). “Ciro é um nome importante, conhecido e também competitivo, uma figura política que representa essa ação nova para São Paulo. Além de ser uma pessoa de opinião, identificada com as questões nacionais e com o governo Lula, Ciro é capaz de polemizar sobre um projeto para o estado. Ele tem condições de fazer esse debate.”

A tática do PCdoB

Outra prioridade do PCdoB é melhorar sua representação parlamentar e política. Atualmente, a legenda conta, em São Paulo, com um representante na Câmara Federal (Aldo Rebelo) e outro na Assembleia Legislativa (Pedro Bigardi). “Vamos lutar para eleger um senador, reeleger nossos parlamentares e ainda ampliar nossas bancadas. Podemos eleger até três deputados federais e três estaduais”, aponta Nádia.

Entre os possíveis candidatos do partido à Câmara Federal, a dirigente comunista cita nomes como Aldo Rebelo, Netinho de Paula (“caso não concorra ao Senado”), o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o ministro Orlando Silva (Esporte) e Célio Turino, secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura. Além disso, o PCdoB-SP já relacionou mais de 90 pré-candidatos a deputado estadual.

Nádia dá várias evidências de que o partido cresceu em 2009 e, por isso, pode traçar metas mais audaciosas. Depois de quase quatro anos sem mandatos na Câmara Municipal de São Paulo, dois comunistas assumiram como vereadores em 1º de janeiro — Netinho e Jamil Murad. Em março, com a posse do deputado estadual Pedro Bigardi, o PCdoB voltou a participar do legislativo paulista, após dois anos de ausência.

Segundo Nádia, “todos esses mandatos têm ajudado muito o partido. O Netinho foi uma boa surpresa, se levarmos em conta que ele não minha nenhuma experiência parlamentar, mas está se saindo muito bem. No caso do Bigardi, a posse foi fruto de um grande empenho de todo o partido e do próprio Bigardi, porque tentaram tirar dele um mandato legítimo. Foi preciso um grande embate jurídico, do qual saímos vitoriosos”.

Para Nádia, também sobressaiu a mobilização dos comunistas do estado para o 12º Congresso Nacional do PCdoB. “Reunimos mais de 17 mil filiados em São Paulo — a maior marca desde a reorganização desse Comitê Regional, nos anos 80. Não podemos nos esquecer que o partido enfrentou dificuldades aqui e teve alguns insucessos eleitorais. Mesmo assim, mostramos rigor, força e um grande crescimento.”

Nádia explica que a ascensão do PCdoB-SP incorporou lideranças experientes e progressistas — muitas delas egressas de partidos como o PT e o PSB. Outros nomes, como o de Protógenes Queiroz, não tinham vinculação partidária, mas optaram também pelo PCdoB. “Nosso crescimento foi qualitativo.”

De São Paulo,
André Cintra