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Juro alto pós-bolha eleva fatia de "gringo"

Aumento do estoque e da participação dos estrangeiros na dívida pública interna — já 7% — descontrole das contas públicas e déficit comercial ainda em 2010. Esses são alguns dos riscos apontados pelo vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, caso estoure a "bolha" das commodities, possibilidade prevista pela AEB em seu relatório com projeções anuais.

"Dependendo do tamanho do déficit em transações correntes, será necessário aumentar ainda mais as taxas de juros para evitar a fuga de capitais", previu Castro. Ele ressalva, no entanto, que as piores conseqüências ficariam para 2011: "Temos um nível razoável de reservas cambiais, que poderia segurar a situação por um tempo."

Quanto às contas públicas, o dirigente da AEB acrescenta que, além do impacto negativo causado pela alta dos juros, já em 2010 haverá pressão fiscal, porque "em ano eleitoral, a tendência do governo é gastar mais". Independentemente dos problemas que seriam causados em caso de estouro da bolha das commodities, Castro lembrou alguns desafios já existentes, com a taxa de câmbio na casa do R$ 1,75, entre eles a fuga de um outro tipo de capital: o produtivo.

"Para evitar a perda de clientes duramente conquistados, a taxa de câmbio média prevista de R$1,75 estimulará muitos empresas brasileiras a realizar investimentos no segmento industrial no exterior", salientou o vice-presidente a AEB.

De acordo com o representante dos exportadores, isso ocorrerá pela constituição de novas empresas, incorporação de companhias já existentes ou aquisição de participações acionárias, representando uma internacionalização, mas "decorrente da fuga de capital produtivo para o exterior", finalizou.

A informação é do Monitor Mercantil