Jovens protestam contra lei que veta ato público em Praça de BH 

 Um protesto bem-humorado, totalmente articulado por meio de mensagens pela Internet levou cerca de 300 manifestantes a se reunirem com roupas de banho e acessórios de praia na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, neste sábado (16). O principal motivo era protestar contra decreto publicado pela prefeitura no dia 9 de dezembro de 2009, proibindo a realização de eventos de qualquer natureza na praça.

- Frederico Haikal

Por causa do calor, os manifestantes esperavam se refrescar nas águas das fontes da praça, que são ativadas, todos os dias, às 11 horas e às 17 horas. Curiosamente, ontem, os jatos de água não foram ligados. De acordo com o secretário de Administração Centro-Sul, Fernando Cabral, a fonte não teria sido ligada por “estar em manutenção”.

Como as fontes não foram ligadas, os manifestantes fizeram uma “vaquinha” e contrataram um caminhão-pipa, que funcionou como chuveiro coletivo por, aproximadamente, meia hora. Membros da Polícia Militar e da Guarda Municipal observaram de longe, sem intervir.

“Somos contra a proibição. A praça não é concebida para o povo. Tem poucas árvores, não tem bancos nem banheiros. Se proibirem os eventos, qual será a função (da praça)?”, questionou o estudante Luther Blisset, um dos participantes. “Justo agora, que a praça ficou bonita, querem proibir os eventos. É um absurdo”, concordou a estudante Tábata Morelo.

De acordo com Fernando Cabral, o objetivo do decreto não é proibir as reuniões públicas, mas eventos organizados por empresas, que faturam muito e acabam depredando a praça. Segundo ele, palcos, alamedas com barraquinhas, venda de cerveja, livros e outros produtos continuarão proibidos. “Tanto não proibimos reuniões que os jovens estão lá, hoje, sem serem importunados. O que não pode é continuar a destruição do patrimônio que é da cidade”, defendeu.

Por Augusto Franco, no jornal Hoje em Dia – 16/01/2010