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China e Alemanha pedem combate ao capital especulativo

O chefe do fundo soberano chinês China Investment Corp (CIC) disse que a entrada de capital nos mercados "emergentes" está adicionando pressão sobre os governos, mas que ainda quer investir mais na Ásia e na América Latina.

"Atualmente, a liquidez global é um pouco excessiva", disse o presidente do CIC, Lou Jiwei, no Fórum Financeiro Asiático em Hong Kong nesta quarta-feira. "Fluxos frequentes de curto prazo nos mercados emergentes trouxeram uma grande pressão sobre os governos para lidar com o capital."

Mas Lou disse que o fundo procura colocar mais das imensas reservas internacionais chinesas na Ásia e em grandes economias da América Latina, como o Brasil, para participar da rápida recuperação desses países.

Formuladores de políticas monetárias em muitos países estão preocupados que a entrada de capital especulativo possa criar bolhas de ativos no mercado imobiliário ou no de ações, ao mesmo tempo em que valoriza suas moedas e faz suas exportações menos competitivas. "Todos os países deveriam fortalecer a coordenação, melhorar o gerenciamento da liquidez e manter uma política monetária prudente", disse Lou, que já foi vice-ministro das Finanças na China.

O fundo chinês foi estabelecido no final de 2007 e tem cerca de US$ 300 bilhões atualmente. Ele tem investido de forma agressiva ao redor do mundo desde que foi formado, mas, como outros fundos soberanos asiáticos, perdeu dinheiro por alguns dos seus investimentos na indústria financeira dos Estados Unidos.

"Eu acho que ainda pode levar um tempo para a economia global se recuperar para um nível normal", disse Lou. "Como incentivar o consumo doméstico agora não é um tema somente para os países nos mercados emergentes, mas também para as economias desenvolvidas."

O crescimento em países desenvolvidos como os Estados Unidos levará ainda mais tempo para se recuperar para um "nível normal", acrescentou. Lou disse que o fundo chinês ficará mais focado em investir na Ásia neste ano, mas que também está em conversas preliminares sobre investimentos diretos em algumas empresas no México e no Brasil.

"Nós vamos manter nosso portfólio atual e também vamos mirar zonas com moedas diferentes para diversificar as categorias dos nossos investimentos", disse Lou em resposta a uma questão sobre o foco de investimento do fundo em 2010. Ele se negou a dar detalhes.

"Visto que o nosso dinheiro é das reservas internacionais da China, nós não podemos fazer investimentos em casa, o que é uma pena. Como você sabe, a China é a economia que mais cresce no mundo agora." Lou disse que o fundo soberano chinês não pretende ter o controle de empresas quando investir em ações.

Angela Merkel

Já a chanceler alemã Angela Merkel disse que o G-20 precisa desenvolver uma série de regras para evitar que os bancos se tornem tão grandes a ponto de poder manter os governos como reféns. "A ideia deste ano é implementar as regulações que foram acordadas durante o processo do G-20", disse Merkel ao parlamento durante um debate sobre o orçamento.

"(A reunião) também será para encontrar mais regulações e isso se aplica especialmente às reuniões do G20 para encontrar maneiras de prevenir que os bancos se tornem tão grandes ou tão complexos que possam nos tomar como reféns de novo", falou Merkel. "Ha modelos diferentes e a Alemanha deve entrar no debate com um modelo desses", disse ela. O Canadá será o anfitrião de uma reunião do G20 em junho.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que via sinais crescentes de um possível acordo internacional de medidas para combater o setor bancário. A Alemanha disse que não planeja uma cobrança especial para os bancos após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter proposto uma taxa para reembolsar o contribuinte americano por salvá-los da crise.

Ao invés disso, Merkel disse imaginar um imposto internacional sobre transações financeiras. Merkel disse ao parlamento alemão que também é importante que as estratégias de retirada das medidas de estímulo à economia sejam acordadas internacionalmente.

Com agências