Partidos iniciam diálogo por aliança em Minas Gerais

As articulações em Minas Gerais para a disputa eleitoral de 2010 dominaram a conversa mantida nesta quinta-feira (21) pelos presidentes dos diretórios regionais do PR, Clésio Andrade, e do PT, Reginaldo Lopes.

No encontro em restaurante próximo à Assembleia Legislativa, Andrade confirmou que é candidato a uma vaga no Senado e não escondeu o desejo de ter o apoio dos petistas. Para Lopes, é “uma grande vitória” a aproximação entre os dois partidos.

Segundo Andrade, já existe uma definição do PR no plano nacional. “Nos próximos dias, o PR vai anunciar seu apoio incondicional à candidatura da ministra Dilma Rousseff para a sucessão do presidente Lula”, explicou.

Andrade, porém, deixou claro que o diálogo está aberto para outras legendas também. O presidente do PR confirmou que tem um encontro marcado, no próximo dia 26, com o deputado federal Toninho Andrade, presidente estadual do PMDB. Na sequência, já estão previstas novas reuniões de negociação com o deputado federal Narcio Rodrigues, presidente do PSDB mineiro, e com Wander Borges, do PSB.

Ainda de acordo com Andrade, com a decisão do governador Aécio Neves (PSDB) de não disputar a indicação do partido para a sucessão do presidente Lula, o PR se declarou desobrigado de um acordo com o PSDB mineiro para as eleições deste ano. “Estamos tomando a frente para tentar articulações com outros partidos, com objetivo de traçar as possibilidades de coligação para composição das chapas. Em Minas, com ou sem o governador na disputa, existem ainda muitos cenários em aberto e, claro, podemos encontrar ainda muitos lances imprevistos”.

Quanto ao aceno sobre sua possível candidatura ao Senado pela coligação com o PT, Andrade explicou que a proposta nasceu de um acordo interno no PR. “Foram os deputados do partido que lançaram meu nome”. Para o presidente do PT mineiro, este primeiro encontro de negociação com Clésio Andrade significa, antes de tudo, “uma grande vitória”.

“Tudo levava a crer que o PR de Clésio Andrade seria um apoio importante para a candidatura do vice-governador Anastasia. Mas a decisão anunciada por Aécio, de não concorrer a uma indicação do PSDB para a disputa pela Presidência da República, mudou todo o cenário em Minas Gerais”, avaliou Reginaldo Lopes.

O fato de Clésio ter colocado seu nome como possível candidato ao Senado, segundo Lopes, é uma possibilidade que será considerada na construção das alianças, mas que antes precisa ser aprovada pelas executivas nacionais dos partidos”, destacou. Na avaliação de Lopes, como o PR faz parte da base aliada do Governo Lula, “nada mais coerente do que uma aproximação com o PT em Minas”.

Lopes também confirma que, para os próximos dias, terá encontros com dirigentes de outros partidos que compõem a base aliada de Lula, entre eles o PP do deputado estadual Alberto Pinto Coelho, além do PCdoB e do PSB. “Até junho teremos muitas rodadas de diálogos e negociações de alianças para a composição das chapas que irão disputar as eleições. Esta é a determinação do PT e, por certo, também deve ser a disposição do PR”, destacou. Candidato reeleito para presidir o PT mineiro, Reginaldo Lopes será empossado no cargo no próximo dia 8 de fevereiro.

Um dos campos do PT mineiro, a Articulação Democrática, ligado a Lopes, reuniu-se ontem em uma primeira rodada de conversas a respeito da indicação para composição do diretório estadual e da Executiva. Conforme informações de Lopes, seu grupo indicará 8 integrantes dos 59 do diretório e três dos 19 da Executiva. As chapas que disputaram vagas na direção do PT de Minas, na eleição interna de 2009, têm até a próxima segunda-feira para indicar os nomes que comporão a instância partidária.

Fonte: Jornal Hoje em Dia