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Crise sem fim: Desemprego mundial continuará forte em 2010

Depois de um recorde no número de desempregados em 2009, o mercado de trabalho mundial ainda manterá um cenário difícil este ano. Segundo a avaliação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) — agência da ONU que trata do tema —, o número de desempregados no mundo deve permanecer no mesmo nível do ano passado.

O relatório anual “Tendências Mundiais do Emprego” indica que a percentagem de trabalhadores em situação de extrema pobreza estava entre 7% e 9,9% em 2009, incremento de até 3,3 pontos percentuais em relação a 2008. A estimativa é que o número de trabalhadores sem emprego chegue a 213 milhões este ano, com uma taxa de desemprego de 6,5%. Em 2009, a OIT contou 212 milhões de pessoas desempregadas no mundo, o que representou uma taxa de desemprego mundial de 6,6%.

A situação mais grave deve permanecer nos países desenvolvidos e na União Europeia, onde se espera que outras três milhões de pessoas fiquem sem trabalho neste ano. Em outras regiões, espera-se que o nível atual se estabilize ou diminua levemente. Nos países ricos, a previsão da OIT é que a taxa de desemprego aumente de 8,4% no ano passado – 42,8 milhões de trabalhadores – para 8,9% em 2010 – 45,6 milhões.

Na América Latina e no Caribe, o desemprego saltou de 7%, em 2008, para 8,2%, em 2009. O índice representa 4 milhões a mais de desempregados apenas ano passado. Ao analisar o Brasil, a OIT lembrou que, antes do início da crise econômica, o crescimento do país estava em média de 4,4% anual em termos reais, durante 2004-2007, e de 6,4% de crescimento acumulado nos três primeiros trimestres de 2008.

O desemprego caíra de 9%, em 2004, para 7,7%, em 2008, e o percentual de trabalhadores que contribuíam para o sistema de seguridade social passou de 50%, em 2007, para 52,1%, em 2008. No entanto, a crise, que estourou em setembro de 2008, interrompeu o crescimento e teve impacto imediato e nítido sobre o emprego, aponta o relatório.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2008, em relação ao mesmo período do ano anterior, caiu para 1,3% – redução de 3,4% em relação ao trimestre anterior. Como resultado da recessão, o desemprego nas seis principais regiões metropolitanas registradas na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) aumentou de 7,3%, no quarto trimestre de 2008, para 8,6%, no primeiro e no segundo trimestre de 2009.

Já no terceiro trimestre de 2009, a OIT ressaltou que o crescimento econômico brasileiro foi retomado e que a taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas voltou aos níveis pré-crise – 7,9%, no terceiro trimestre de 2009, em comparação com 7,8 %, no terceiro trimestre de 2008.

“Está claro que a prioridade política atual é evitar uma reativação econômica sem empregos”, advertiu o diretor-geral da Agência, Juan Somavia, citado em um comunicado. “A mesma vontade política que salvou os bancos deve ser aplicada para salvar e criar empregos. Podemos obter isso graças a uma forte convergência das políticas públicas e do investimento privado”, destacou.

Com agências