Serra mantém silêncio diante de briga entre FHC e Dilma
Em meio ao embate entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, o possível presidenciável tucano, governador de São Paulo José Serra, calou-se.
Publicado 08/02/2010 21:02
Questionado nesta segunda-feira, 8, sobre o artigo de FHC publicado no jornal O Estado de S. Paulo – e as reações acaloradas que o texto provocou entre petistas -, Serra manteve o silêncio, sua estratégia desde que passou a ser cotado como candidato tucano à Presidência da República. Virou as costas para os repórteres e encerrou a entrevista coletiva. "Eu não vou falar sobre isso", acrescentou pouco depois, diante da insistência dos jornalistas, enquanto visitava a recém-inaugurada Biblioteca de São Paulo, no Carandiru, zona norte da capital paulista.
Restou ao próprio Fernando Henrique seguir no papel de porta-voz do discurso tucano. O ex-presidente, que não participava de eventos do governo do Estado há cinco meses, foi à inauguração da biblioteca estadual e deu o recado.
"Precisamos de gente competente, que não roube e que inspire confiança. Ela (Dilma) não é líder. É reflexo de um líder. Serra, está provado, tem competência, é um líder e inspira confiança. A outra, para mim, ainda não", disse antes da cerimônia. "Se (o PT) quiser comparar, a gente compara, desde que seja no contexto. Não há o que temer." O ex-presidente apoiou até o silêncio de Serra. "O PSDB é que tem de se posicionar. O governador tem de esperar um pouco."
A aparição de Fernando Henrique ocorre uma semana depois de uma pesquisa de intenção de voto ter mostrado crescimento de Dilma. De acordo com levantamento da CNT/Sensus, a diferença entre Serra e a petista caiu de 10,1 pontos porcentuais em novembro para 5,4 pontos em janeiro.
Os petistas prometem, para atingir Serra, criticar o governo FHC (1995-2002) durante a campanha eleitoral deste ano. Mesmo assim, o ex-presidente havia se mantido calado até agora.
Fernando Henrique negou que sua presença na inauguração faça parte de uma estratégia política. "Não vou geralmente a inaugurações porque não tenho tempo. Eu vim porque o João Sayad, secretário estadual da Cultura, me mandou um convite amável."
Fonte: Terra