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Paramilitares admitem 30 mil assassinatos na Colômbia

A Promotoria colombiana divulgou nesta terça (16) dados impressionantes sobre a atividade de paramilitares no país. De acordo com relatório publicado pela Unidade de Justiça e Paz da Promotoria, 4.112 ex-combatentes do grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) confessaram ter cometido 30.470 assassinatos em um período de 20 anos – entre meados dos anos 80 até 2003, quando teria se iniciado seu processo de desmobilização.

O número de mortes coloca os grupos paramilitares da Colômbia – um país cuja democracia é uma das mais antigas da América Latina – no mesmo nível de ditaduras da região, como a da Argentina (1976-1983), que deixou cerca de 30 mil mortos e desaparecidos.

Entre os dados obtidos pela Promotoria estão os registros de 1.085 massacres; 1.437 menores de idade recrutados; 2.520 desaparecimentos forçados; 2.326 deslocamentos forçados; 1.642 extorsões; e 1.033 sequestros. As autoridades colombianas estão verificando as informações, que foram obtidas por meio de confissões previstas em um plano que dá aos ex-combatentes benefícios judiciais.

A Lei de Justiça de Paz, promovida pelo governo do presidente Álvaro Uribe, fixa uma pena máxima de 8 anos para os paramilitares que se submeterem à Justiça confessando seus crimes. Pelo menos 32 mil paramilitares teriam deixado as armas neste processo.

"O país deve ficar horrorizado com a revelação de um número tão alto de assassinatos sistemáticos", afirmou o analista Álvaro Villarraga, ex-membro da guerrilha Exército Popular de Libertação (EPL) e hoje diretor da Fundação Cultura Democrática. "Mas o triste é que esta estimativa pode estar bem abaixo da realidade." Segundo Villarraga, os números são um exemplo da crise humanitária "generalizada" pela qual a Colômbia ainda passa.

Violações

30.470 assassinatos foram cometidos por membros da Autodefesas Unidas da Colômbia em um período de 20 anos – entre meados dos anos 80 até 2003

1.085 massacres foram cometidos por integrantes do grupo paramilitar

Com O Estado de S.Paulo