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Fabio Maksymczuk: TV Globo não sabe transmitir Carnaval

A grande marca da cultura brasileira, o Carnaval, não consegue ganhar uma boa cobertura na maior emissora do país. Desde a queda da Rede Manchete, os telespectadores ficaram reféns do monopólio da transmissão gerada pela TV Globo.

Por Fabio Maksymczuk, no Portal Imprensa

Ano vem. Ano vai. Críticas ao canal platinado sempre aparecem. Por isso mesmo, a TV Globo resolveu mexer na cobertura do Carnaval de São Paulo e Rio de Janeiro. Na festa paulistana, Cleber Machado e Mariana Godoy comandaram o show. A jornalista sucedeu Renata Ceribelli que definitivamente não deixou saudades, depois de desastrosas coberturas em anos anteriores. Já Maurício Kubrusly finalmente saiu da bancada de comentaristas. Virou repórter de dispersão. Finalmente! Mariana e Cleber falaram o necessário. A dupla funcionou. Apesar disso, criou-se a tal "esquina do samba", maior desastre da transmissão.

Chico Pinheiro comandou o "quadro" em SP e RJ. Só que no ambiente surgiram comentaristas fora do mundo do samba. Leci Brandão e Haroldo Costa mereciam melhores companhias. É inacreditável que a emissora dos Marinho ceda espaço para pessoas que acrescentaram nada. Diante do quadro, o correto seria veicular apenas comentários de Leci e Haroldo. Carnaval não é quadro de dança do Domingão do Faustão.

No Carnaval do Rio de Janeiro 2010, a situação piorou. Luis Roberto até tentou comandar a cobertura com informações sobre o enredo das escolas. Mas Glenda Kozlowski se empolgou, falou e riu além da conta. Além disso, a "comentarista" Deborah Colker quis falar, falar e falar. Discursos e comentários vazios. Ela não conseguiu perceber o desfile histórico da Tijuca, campeã do Carnaval 2010. Para a loira, não dava para comparar com as antecessoras Imperatriz e União da Ilha.

E o que ela fazia na esquina? Lamentável. Essa turma também achava todos os desfiles ótimos e lindos. Então, pra que existe julgamento? Notas? Também devem ser mencionadas as tiradas inconvenientes de Geraldo Carneiro. Anos anteriores, Dudu Nobre, Ivo Meirelles e Maria Augusta passavam críticas com maior embasamento.

Fora os momentos do pleno desfile que eram interrompidos pelas conversas ancoradas por Chico Pinheiro nessa tal "esquina do samba" e também entrevistas nos camarotes. Péssimo. Outro ponto negativo foi a interferência da "poderosa" no samba-enredo das Rosas de Ouro para evitar merchandising e o corte do show da Grande Rio que falava sobre camarote de uma cervejaria.

O telespectador quer acompanhar a evolução das escolas, ouvir o samba, descrição do enredo, significados das alas e carros alegóricos e comentários embasados. Seria pedir muito?

* Fabio Maksymczuk de Almeida Brito é jornalista e relações-públicas