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Bancos europeus e dos EUA pressionam UE por socorro à Grécia

Embora ainda negue publicamente, o governo da Alemanha deve responder por 20% do empréstimo para evitar que a Grécia decrete moratória, o que atingiria fortemente bancos europeus e dos Estados Unidos.

Em sua edição desta segunda-feira, o jornal Financial Times Deutschland reafirmou informações antecipadas pela revista semanal Der Spiegel, segundo as quais os países da Zona do Euro preparam empréstimo de 20 bilhões de euros a 25 bilhões de euros para a Grécia. Desse total, participação alemã somaria de 4 bilhões de euros a 5 bilhões de euros (20%).

O jornal acrescenta que as informações constam de um memorando interno do governo do país, descrevendo os riscos aos bancos alemães a uma ampliação da crise grega. O Ministério das Finanças da Alemanha negara, domingo, as informações do Der Spiegel. E, segunda-feira, o porta-voz do ministério, Martin Kreienbaum, voltou a insistir em que o governo alemão ainda não teria tomado qualquer decisão sobre o empréstimo.

O Ministério afirmou ainda esperar que a Grécia possa refinanciar sua dívida em março. O Financial Times Deutschland e o Der Spiegel disseram que os recursos a serem aportados pela Alemanha ao pacote seriam provenientes do banco estatal KfW e do fundo de resgate aos bancos Soffin.

Bruxelas

O órgão executivo da Europa, a Comissão Europeia, também desmentiu ontem, em Bruxelas, que os 27 países do bloco estejam planejando o pacote de socorro à Grécia. A intenção, afirmam as autoridades de Bruxelas, é que o país mediterrâneo refinancie sua própria dívida a partir de abril.

Os rumores relativos a um programa de socorro financiado pelos 16 países da Zona do Euro circulam desde o agravamento da crise, em novembro de 2009. Mas estariam se concretizando, segundo a Der Spiegel, após a concordância de Berlim em apoiar o plano de reorganização fiscal grego com um empréstimo. A França, o outro grande motor da zona do euro com saúde financeira estável, também interviria, com um montante pouco inferior, proporcional a seu Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar dos desmentidos, o país pode ser forçado a contribuir. Isso porque, segundo relatório do órgão regulador do sistema financeiro alemão, o Bafin, a exposição dos bancos do país aos países PIIGS — Portugal, Itália, Irlanda e Grécia — é gigantesco. A Grécia está sob supervisão orçamentária da UE por causa da explosão de seu déficit fiscal, mas é pressionada pelos parceiros europeus a cortar o déficit público sem ajuda externa — ainda mais após a revelação de que sucessivos governos maquiaram as contas públicas para facilitar o ingresso do país na zona do euro.

Pelo pacote grego, o déficit público deve cair de 12,7% do PIB em 2009 para 8,7% neste ano, e chegar a 2012 dentro dos limites impostos pelo Tratado de Maastricht, ou seja, inferior a 3%.

Com agências