Sem categoria

Grã-Bretanha envia submarino como reforço militar às Malvinas

A presença de um submarino britânico será parte do reforço militar que a Inglaterra põe em prática há alguns dias nas Ilhas Malvinas, a fim de resguardar as prospecções petroleiras que levam a cabo neste país, apesar do rechaço argentino e de grande parte dos países da região latino-americana.

Segundo a imprensa britânica, o submarino, que se move através do Atlântico, se somará à base militar instalada nessa região e a uma equipe do Serviço Aéreo Especial (SAS, por sua sigla em Inglês) das forças armadas, que chegaram alguns dias antes da plataforma de petróleo, da empresa Ocean Guardian, começar a exploração a 60 milhas da Malvinas.

Um porta-voz do Ministério da Defesa britânico disse, na noite de quarta-feira, que "não comentamos sobre os movimentos de submarinos", mas acrescentou que a fragata HMS York continuará patrulhando a área das Malvinas, no momento.

Segundo o governo britânico, o conflito entre a Inglaterra e a Argentina por causa da exploração de petróleo das Malvinas "não deve agigantar-se até uma escalada militar". De igual modo, sublinhou "o bom clima para as negociações no Grupo dos 20 na Argentina", sem negar a disputa de soberania.

A incursão de navios civis, frente à plataforma de perfuração marítima onde a companhia petrolífera britânica Desire Petroleum (PLC) iniciou na segunda-feira as perfurações, foi rechaçada pelo Governo de Cristina Fernández Kirchner, que, como uma primeira medida, decretou que toda ambarcação que navegue entre o território continental da Argentina e o arquipélago deve primeiro solicitar a permissão das autoridades argentinas, o que foi repudiado pela Grã-Bretanha.

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, disse que seu país "nunca" recorrerá à força para "recuperar" as Malvinas. "Aqueles que levam armas às águas do Atlântico Sul e às Ilhas Malvinas são as forças de ocupação britânicas. A democracia argentina nunca utilizará a força para recuperar as ilhas", disse Taina em declarações reproduzidas no site da Presidência da Argentina. "Utilizaremos todos os recursos do direito internacional. Quem está usando a força é o Reino Unido", acrescentou.

Na ONU

O chanceler argentino, Jorge Triana, pediu quarta-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, que se redobrem os esforços da ONU para convencer a Grã-Bretanha a dialogar com a Argentina sobre o arquipélago.

Taiana descreveu como positivo o encontro com Ban e disse que não foi a Nova York para pedir uma resolução da ONU sobre a questão, mas para agradecer os esforços e exortá-lo a reforçar "as gestões de bons ofícios" para que o Reino Unido dialogue com a Argentina sobre as Ilhas Malvinas.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores britânico, responsável pela América Latina, Chris Bryan, disse, após a declaração de rechaço do Grupo do Rio, no México, contra a ocupação do arquipélago, que "não temos dúvidas sobre a nossa soberania sobre as Malvinas".

Ele disse que está apoiado "no princípio da auto-determininação". Os "falklanders (ilhéus) querem permanecer sendo britânicos. Temos claro que o governo das Ilhas Malvinas têm o direito de desenvolver a indústria de hidrocarbonetos nas suas águas". Ainda assim, classificou a resposta da Argentina ante a reivindicação de sua soberania como "previsível".

Chávez

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta quinta que, caso se confirme que o Reino Unido enviou um submarino às ilhas Malvinas (Falklands), este mereceria ser chamado de "submarino do ridículo". "Dizem que mandaram um submarino, será que estão ficando loucos?", perguntou Chávez durante uma entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros no palácio de Miraflores, sede do Governo.

Para o presidente venezuelano, recorrer a uma arma tão poderosa "é uma ameaça" para a Argentina, porque envolve o potencial "uso da força militar por parte do velho e carcomido império inglês". Chávez disse que essa possível iniciativa britânica se contrapõe à decisão da Argentina de não utilizar a força militar para encarar o problema das Malvinas.

O governante venezuelano também lembrou o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse sobre o assunto durante a recém concluída cúpula do Grupo do Rio, no México. "Que bom o que Lula disse ao encerrar a cúpula de Cancún. Disse que não há nenhuma razão geográfica, ética nem política que justifique que o Reino Unido continue mantendo um domínio colonial sobre as ilhas Malvinas, nem sobre o mar que as circunda", manifestou Chávez.

Com agências