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Malvinas: o interesse capitalista por recursos latino-americanos

A exploração britânica de petróleo nas Ilhas Malvinas confirma o “interesse das grandes potências pelos recursos naturais” dos países da América Latina. É o que declara, em entrevista à BBC Brasil, o ativista argentino Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz de 1980.

“As grandes potências têm interesse nos nossos recursos naturais. E não só pelo petróleo — mas também pela água, minerais e pela Amazônia”, denuncia Perez Esquivel.

Segundo ele, a instalação de uma plataforma petroleira no arquipélago do Atlântico Sul é “uma ameaça à Argentina e aos seus recursos naturais”. Recursos que — enfatiza o ativista — que pertencem aos povos locais.

“Por que os Estados Unidos instalaram sete bases militares Colômbia? Por que estão presentes na Tríplice Fronteira? E por que a Amazônia aparece como sendo dos americanos em documentos dos Estados Unidos?”, pergunta Perez Esquivel. “Eles têm interesse nos nossos recursos naturais porque os deles, dos americanos, dos europeus e canadenses já estão esgotados.”

O Prêmio Nobel declarou apoiar a “unidade latino-americana”, anunciada durante reunião do Grupo do Rio, nesta semana, frente a “esta grave situação das Malvinas”. Disse também estar “preocupado” com o desenrolar da nova escalada na disputa entre Argentina e Grã Bretanha pelas Ilhas Malvinas.

De acordo com ele, a via diplomática é a melhor solução para a polêmica, mas a ONU não conseguirão resolver o embate entre os dois países. “Essa conversa da Argentina com as Nações Unidas é necessária — mas o organismo deveria ser reformulado urgentemente. Hoje, somente um pequeno grupo, entre eles Grã Bretanha, tem direito a veto apesar de o organismo ter começado com 49 países (em 1945) e hoje eles serem 192, no total”, disse.

Na opinião de Perez Esquivel, este não é um debate “ideológico”, mas “econômico” — e os países da América Latina devem ter “uma voz unificada” na defesa dos recursos naturais. “Ou os países da América Latina se unem ou ela será recolonizada.”

Fonte: site do Cebrapaz