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O extraordinário avanço das exportações chinesas em fevereiro

O desempenho da economia chinesa, que fechou o crítico ano de 2009 com um crescimento de 8,7%, continua fazendo a diferença e surpreendendo o mundo. No mês de fevereiro as exportações da próspera nação asiática cresceram 47% na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com informações oficiais divulgadas nesta quarta-feira (10).

Com isto, o volume de vendas superou o do período pré-crise e a China vai consolidando o primeiro lugar no ranking da exportação mundial, depois de superar os EUA (em 2007) e a Alemanha (2009). A expansão das vendas externas em fevereiro foi a maior em três anos, indicando uma forte recuperação do comércio exterior após a crise econômica exportada pelos EUA, traduzida numa contração inédita do mercado mundial.

Locomotiva da economia mundial

Os dados divulgados pelo governo chinês indicam que as exportações do país em fevereiro chegaram a US$ 94,52 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 86,91 bilhões, num aumento de 44,7% em relação a fevereiro de 2009.

A recuperação do comércio exterior chinês é apontado como um dos principais fatores que contribuem para a recuperação da economia global. A economia chinesa já é considerada por muitos economistas como a locomotiva da economia mundial, em contraste com os EUA e a União Europeia, atolados no pântano da estagnação.

Os dados divulgados nesta quarta-feira são uma boa notícia para os líderes chineses. A crise econômica global havia provocado uma queda acentuada na demanda por produtos chineses no ano passado, o que provocou o fechamento de fábricas e o aumento do desemprego.

Recuperação

Em janeiro, a China já havia anunciado um aumento anual de 85,5% nas importações, mas as exportações chinesas registraram um crescimento menor, de 21%.

Os números de fevereiro são significativos, mas também refletem a forte queda nas exportações em 2009, que constituem a base de comparação. Ainda assim, a recuperação foi maior do que a esperada.

Em relação a fevereiro de 2008, antes do início da crise mundial, as exportações chinesas no mês passado registraram um aumento de 8,2%. As importações cresceram 9,8% no mesmo período.

O aumento das exportações deve resultar no crescimento das pressões sobre o governo chinês para valorizar sua moeda, o yuan. A China instituiu o câmbio fixo em relação ao dólar quando a crise se agravou, em 2008, mas o governo comunista já deu sinais de que pretende permitir a valorização gradual e controlada do câmbio a partir deste ano.

O câmbio flutuante, adotado no Brasil pelo governo FHC e mantido por Lula, não é aceito pelas autoridades chinesas, pois pode redundar (como ocorre por aqui) na valorização descontrolada da moeda local, reduzindo as exportações e comprometendo o desenvolvimento industrial.

Da redação, com agências