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Com índice em alta, inflação na Argentina afeta alimentos

No final desta semana, o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) – órgão oficial responsável pela pesquisa de preços, informou que a inflação argentina em fevereiro foi de 1,2%, e no primeiro bimestre de 2010, acumulou alta de 2,3%. Essa é a maior alta registrada pelo instituto desde março de 2006. Com o preço da carne liderando as altas, os preços que mais subiram foram os dos alimentos e das bebidas.

Apesar da polêmica existente entre as cifras divulgadas pelo Indec e aquelas dos institutos de pesquisa privados, parte deles ligados à oposição, e que fornecem sempre números maiores, os dados oficiais já apontam forte alta nos preços e representam um desafio para o Conselho de Coordenação de Política Monetária, Financeira e Cambiária Econômica, formado pelo ministro de Economia, Amado Boudou, e pela presidente do Banco Central, Mercedes Marcó Del Pont.

O preço da “cesta básica alimentar”, que mede a linha de indigência, aumentou 4,8%, valor que não era alcançado desde a crise de 2002, com a carne custando 8,7% a mais.  Segundo o Indec, a “cesta básica alimentar” custa 166,86 pesos, enquanto a “cesta básica total”, referência para a linha de pobreza, custa agora 366,12 pesos, aumentando 3,2%.

Segundo estimativas, para cada ponto de aumento na cesta, cerca de 100 pessoas cruzam a linha de pobreza, cerca de 300 mil entraram nessa condição.

Agora, o preço da carne se estabilizou em um patamar mais alto e o assunto saiu momentaneamente da agenda pública, segundo reportagem do jornal argentino Página 12. No último balanço da inflação, o Indec não informou o quanto aumentou a carne bovina, apenas informou o valor agregado, que afere todos os tipos de carne.

Dentro de “Alimentos e Bebidas”, a categoria com maior peso dentro do IPC (Índice de Preços do Consumidor), com 37,9%, registrou alta no preço de frutas, com 2,6%; verduras, 1,4%; bebidas alcoólicas, 1,4%; açúcar, mel e cacau, 1,2%; e produtos lácteos e ovos, com 1%. Esse conjunto de bens fez com que a categoria tivesse aumento de preço equivalente a 2,6%, enquanto nos meses anteriores, marcava 1,6%.

Se for feita uma previsão para inflação anual, considerando os números de fevereiro, o resultado será 31,2% em “Alimentos e Bebidas” e de 40,8% na subcategoria “Alimentos para consumir em casa”, que, no balanço recente, subiu 3,4%.

As demais categorias tiveram altas menores.  “Indumentária” teve variação de 0,9% por conta da alta de 1,1% em roupas e 0,5% nos calçados. A categoria “Assistência Médica e gastos com a saúde” aumentou 0,8%. “Equipamentos e manutenção da casa”, 0,7%; “Entretenimento”, 0,6%; “Educação”, 0,4%, “Moradia e serviços básicos”,  0,4%; e “Transporte e Comunicação”, 0,3%.

Fonte: Opera Mundi