Carrion condena campanha midiática contra Cuba

O líder da Bancada do PCdoB na Assembleia, deputado Raul Carrion, condenou nesta terça-feira, durante sessão plenária, a campanha midiática contra Cuba, orquestrada por Estados Unidos e setores mais reacionários da União Europeia.

O parlamentar é coordenador da Frente Parlamentar em Solidariedade ao Povo Cubano e conselheiro da Associação José Martí, de solidariedade aos povos em luta.

Carrion afirmou que a grande imprensa internacional tentou apresentar delinquentes comuns como prisioneiros de consciência. E lembrou que personalidades e intelectuais como Frei Betto, Eduardo Galeano, Thiago de Mello, Ignacio Ramonet e Atilio Borón, entre outros, já denunciaram o uso do cadáver de Zapata Tamayo como pretexto para uma campanha de ataques e de agressões a Cuba, país que “há mais de 50 anos resiste a todas as tentativas dos Estados Unidos em subjugá-la.”

Carrion citou Hideyo Saio, jornalista da respeitada agência Carta Maior: ‘Em vez de pressionar para que o povo brasileiro se some à atual campanha anticubana, como sempre capitaneada pelas agências oligopólicas de notícias, essas boas almas que se manifestaram pela democratização de Cuba têm o dever moral de exigir o fim da política de agressão dos Estados Unidos contra Cuba. Do contrário, a sua posição, apresentada como democrática, se revelará escandalosamente desonesta e hipócrita.’

De acordo com Carrion, o pretexto da campanha anticubana em andamento seria a morte de um pretenso opositor do regime, Orlando Tamayo, que manteve uma greve de fome de 85 dias até falecer, negando-se a qualquer atendimento médico. “Na verdade, Tamayo é um delinquente comum que iniciou suas atividades criminosas em 1988. Em 1993, foi processado por violação de domicílio. Em 2000, por furto e agressão com arma branca. Nesse mesmo ano, por fraude. Em seguida, por ferimentos e fratura no crânio do cidadão Leonardo Simon com o uso de machete. Em 2002, foi processado por desordem pública entre outras causas em nada relacionadas à política”, disse.

Condenado a três anos de prisão, pena posteriormente aumentada por mau comportamento e por agressões na cadeia, segundo o deputado, o suposto mártir convenceu-se das vantagens materiais que envolvia assumir uma ‘militância oposicionista’ ao regime cubano, alimentada pelo Departamento de Estado e pela Embaixada Norte-Americana.

“A maior fraude de sua pretensa militância política é que a extinta Comissão de Direitos Humanos da ONU, manipulada pelos Estados Unidos para condenar Cuba, em seu relatório de 2003 sequer cita o nome de Orlando Tamayo.”

Um outro pretenso dissidente em greve de fome que aparece na mídia internacional, e esquálido, exigindo a liberdade de outros 20 apenados condenados através de processos legais pela Justiça cubana, é Guillermo Fariñas, que não está preso e que faz sua greve de fome em casa, cercado de correspondentes estrangeiros, a quem fala o que quer. “Tudo indica que os seus financiadores estrangeiros almejam mais um cadáver para o seu festim macabro”, completa.

Anistia Internacional

O deputado lembra que a própria Anistia Internacional resume-se a questionar o fustigamento dos oposicionistas e críticas às liberdades democráticas. Nunca Cuba foi acusada de tortura, de desaparecimento ou assassinato de preso político. “Ao contrário, a Anistia Internacional acusa os Estados Unidos e países europeus, sem falar de Israel, que assume legalmente a tortura, de fazer desaparecimento de presos políticos de prisões irregulares, como em Guantanamo, como em Abu Ghraib, como em Bagran; acusa os Estados Unidos da agressão ao Iraque, agressão ao Afeganistão, e assim por diante”.

Heróis cubanos

Os Estados Unidos mantêm, há mais de 10 anos, cinco heróis cubanos na prisão sem justo processo, porque estes denunciaram a organização em Miami, em meio aos terroristas anticubanos, de atos terroristas.

“A nossa solidariedade ao heroico povo cubano, que, apesar de mais de 50 anos de bloqueio, nunca se submeteu.”

De Porto Alegre,
Isabela Soares