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Dados da OMC confirmam: China é a campeã das exportações no mundo

Informações divulgadas nesta sexta-feira (26) pela Organização Mundial do Comércio (OMC) confirmam uma nova e importante mudança no comércio internacional. A China superou a Alemanha em 2009 como primeiro exportador mundial, com vendas para o exterior num valor de US$ 1,2 trilhão

Por Umberto Martins

A Alemanha exportou o equivalente a 1,12 trilhão de dólares no ano passado, US$ 80 bilhões a menos que a potência asiática. Os Estados Unidos, que há anos vêm perdendo posições neste ranking, foi deslocado para a terceira posição. Concluiu 2009 com exportações no valor de 1,05 trilhão, cerca de 200 bilhões de dólares a menos que a China.

Consumismo exacerbado

O império ainda preserva a condição de maior consumidor e importador do mundo, mas o consumismo exacerbado, além dos meios produzidos, traduz o parasitismo econômico cultivado ao longo do século XX e exacerbado durante as duas últimas décadas. A recessão impôs um sensível ajuste da taxa de consumo, derrubando as compras no exterior e o déficit comercial. Isto reduziu a importância relativa do mercado norte-americano para os demais países.

Pelo andar da carruagem, o desenvolvimento desigual do comércio exterior vai continuar beneficiando a China, cujas exportações cresceram 45,7% em fevereiro. 2009 foi um ano cruel para o comércio mundial, que desabou 12% em relação ao ano anterior, o maior declínio do pós-guerra. Os chineses sentiram o baque, mas se recuperaram rapidamente, ao contrário dos EUA e Alemanha.

Ciúmes

A performance da mais próspera nação asiática está despertando ciúmes nas potências capitalistas, que reagem acusando a China de manipular a taxa de câmbio e pressionando Pequim a permitir a valorização do iuane.

A mudança no ranking das exportações reflete o deslocamento da dinâmica industrial e do poder econômico mundial do Ocidente para o Oriente e, em particular, dos EUA para a China. Revelam o extraordinário crescimento da indústria chinesa e mostram também a primazia do setor produtivo sobre as finanças.

Ao contrário do que imaginam alguns economistas, a acumulação de capital no mundo não é comandada pela chamada financeirização. É a indústria que dá o tom do desenvolvimento e é ela quem está elevando a China à condição de grande potência econômica.

A “financeirização” liderada pelos EUA resultou em taxas medíocres de crescimento econômico e desaguou na presente crise, além de promover uma relativa desindustrialização na maior economia capitalista do mundo e impulsionar o declínio de sua hegemonia.