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FMI entra no pacote europeu para a Grécia


Após várias semanas de resistência, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy fecharam um acordo para estabelecer um mecanismo que permite ajudar a Grécia financeiramente. A fórmula escolhida prevê a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e empréstimos bilaterais dos Estados da zona do euro.

O acordo, cuja adoção formal foi ratificada após negociação do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, com os demais líderes da zona do euro, será empregado em último caso, ou seja, se a Grécia não conseguir mais tomar empréstimos no mercado.

Zona do euro

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), o acerto não engatilha de imediato um resgate dos gregos, mas estabelece as bases para a primeira intervenção do FMI em um país da zona do euro e um afrouxamento das duras restrições de ajuda entre países que foram uma característica da união da moeda desde sua criação.

Na avaliação de Van Rompuy, o acerto não é apenas significativo para a Grécia como também para a estabilidade da zona do euro. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, se disse "extremamente contente" com o acordo alcançado, considerado por ele a decisão correta.

O acordo não envolve cifras, mas alguns representantes em Bruxelas, falando em condição de anonimato, estimam que o pacote total passaria de 20 bilhões de euros.

O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, disse que “a Europa deu um passo à frente. Europa e Grécia vão sair mais fortes desta crise", emendou. "É uma decisão muito satisfatória que estabelece um mecanismo europeu com envolvimento do FMI para garantir a estabilidade financeira da zona do euro".

Assalariados pagam o pato

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, avaliou o mecanismo como exequível, mas improvável de ser ativado. "Estou confiante de que não será necessário ativar esse mecanismo e que a Grécia vai reconquistar progressivamente a confiança do mercado", sustentou.

Não foram divulgadas as condições que serão impostas à Grécia pelo “socorro”, promovido para evitar a moratória e impedir maiores prejuízos aos credores da dívida externa grega. Os pacotes de Papandreou transferem à classe trabalhadora o ônus da crise, reduzindo salários e direitos sociais. Os assalariados reagiram com energia e três greves gerais já foram realizadas no país neste ano.

Da redação, com Valor