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Adesão à greve dos lixeiros em Portugal chega a 95%

A greve dos trabalhadores da limpeza urbana de Lisboa, iniciada na
manhã desta segunda-feira (5), conseguiu a adesão de 95% da categoria,
segundo informações dos sindicalistas. A paralisação deve durar dois
dias, deixando a capital de Portugal sem coleta de lixo até
quarta-feira (7).

 

Os lixeiros reivindicam o aumento do adicional de penosidade,
insalubridade e risco, congelados desde 2003. Segundo o Sindicato dos
Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que convocou a greve em
conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local
(STAL), o subsídio "tem por base uma decisão da Câmara Municipal de
Lisboa de 1987 que contemplou não só a sua atribuição, mas também a
sua atualização tendo como referência os aumentos salariais anuais
para a Função Pública".

Intransigência

O valor do benefício foi corrigido até 2002. Desde então não foi
alterado e os trabalhadores reivindicam a sua atualização. Segundo o
STML, foram realizadas duas plenárias gerais sobre este problema no
dia 24 de fevereiro. A intransigência das autoridades que podem
resolver o problema provocou o "endurecimento da luta", conforme os
sindicalistas.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente do STML, Delfino Serra,
assegurou que "Lisboa vai ficar sem recolha de lixo até quarta feira e
isso terá efeitos pelo resto da semana. A recolha do lixo só deverá
ficar normalizada na semana que vem".

O subsídio de penosidade, insalubridade e risco é auferido por cerca
de três mil trabalhadores que diariamente se encarregam da limpeza
urbana, do trabalho nos cemitérios (coveiros) e no canil, além de
calceteiros, cantoneiros, operários das oficinas e motoristas de
serviços especiais, entre outros.

Exploração

Delfino Serra denunciou a exploração a que esses trabalhadores estão
sendo submetidos, começando pelo baixo salário. Eles recebem, em
média, 650 euros base por mês, "grande parte está no início da
carreira e recebe apenas o ordenado mínimo". Para o sindicalista estes
trabalhadores "já hoje são os mais mal pagos do município e que
desempenham aquelas tarefas consideradas mais difíceis, com riscos
acrescidos para a própria saúde".

Segundo Delfino Serra, em muitos locais estes trabalhadores têm ainda
más condições de trabalho, sem "espaço para fazerem refeições, sem
balneários ou então com balneários apenas masculinos".
O dirigente sindical disse ainda à Lusa que "desde o início da greve,
saiu apenas um carro para recolher o lixo", adiantando que estão
assegurados os serviços mínimos de recolha junto dos hospitais e
mercados, através de duas viaturas.

Da redação, com agências