Ibovespa fecha no maior nível desde junho de 2008
O mercado de capitais praticamente já recuperou, no Brasil, as pesadas
perdas que acumulou durante a fase mais aguda da crise mundial do
capitalismo e voltou a subir com força, a exemplo do que ocorria antes
da recessão exportada pelos EUA.
Publicado 05/04/2010 18:55
Otimistas com as perspectivas da economia brasileira, os investidores
voltaram às compras. Esta segunda-feira (5) foi também marcada pela
valorização das commodities (matérias-primas), a exemplo do petróleo,
que alcançou sua maior cotação desde outubro de 2008.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas,
subiu 0,63%, aos 71.574 pontos, sem maior nível desde junho de 2008. O
giro financeiro é de R$ 2,86 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York
sobe 0,29%.
O dólar comercial caiu 0,39%, cotado por R$ 1,762. A chamada taxa de
risco-país ficou em 171 pontos, número 6,55% abaixo da pontuação
anterior.
Emprego cresce nos EUA
Entre as principais notícias do dia, duas pesquisas privadas
americanas supreenderam o mercado positivamente. O índice do instituto
ISM apontou a maior expansão do setor de serviços desde 2007 nos EUA.
E a NAR (associação de corretores) contabilizou um crescimento de 8,2%
nas vendas pendentes de imóveis no mês de fevereiro.
O mercado também repercute as cifras divulgadas na sexta (quando não
houve pregão) pelo Departamento de Trabalho dos EUA. O órgão anunciou
a abertura de 162 mil vagas (já descontadas as demissões) para o mês
de março, o maior número em três anos. A taxa de desemprego permaneceu
em 9,7%. Apesar de o número ficar abaixo das projeções (entre 180 mil
e 190 mil), economistas comemoram a revisão das cifras para janeiro e
fevereiro, que apontaram perda menor e até mesmo criação de postos de
trabalho.
No front doméstico, o boletim Focus, elaborado pelo BC, mostrou que os
economistas revisaram suas projeções para a inflação deste ano, de
5,16% para 5,18% (mediana das estimativas do IPCA). Trata-se da 11ª
semana em que a expectativa para a inflação do ano sobe.
A Fipe-USP apontou inflação de 0,34% em março, ante 0,74% em
fevereiro, no município de São Paulo, pela leitura do IPC (Índice de
Preços ao Consumidor). Já o índice de inflação semanal da FGV, o
IPC-S, detectou uma variação de preços de 0,86% no mês de março, ante
elevação de 0,68% em fevereiro.
A alta dos preços das commodities está se refletindo em ganhos para os
papéis ligados aos setores de siderurgia e mineração, com destaque
para Petrobrás e Vale. No cenário cambial, apesar de ganhar terreno
contra o euro, o dólar perde força para o real, pelo quinto dia
seguido. Há pouco, a divisa americana recuava 0,39%, a R$ 1,762 na
venda.
Da redação, com agências