Brasileiros desfazem mitos e projetam negócios com Oriente Médio
Os 86 empresários brasileiros que acompanharam o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, na viagem ao Irã, Egito e Líbano, voltaram ao país com perspectivas de ampliação de negócios e muitos mitos desfeitos. Para a maioria deles, o ponto alto da missão foi a visita a Teerã, capital iraniana. A cordialidade dos iranianos surpreendeu a muitos deles, que esperavam um cenário de destruição e tristeza.
Publicado 17/04/2010 15:16
Ao voltar da viagem, os empresários afirmaram, no entanto, que o governo brasileiro deve buscar meios para garantir os pagamentos de cartas e financiamentos de créditos. Segundo eles, da forma como está o sistema iraniano, sob forte pressão dos Estados Unidos, é impossível obter garantia dos pagamentos e, portanto, os interesses se perdem em decorrência da ausência de segurança para as operações comerciais.
Independentemente das dificuldades nas negociações com o Irã, os empresários elogiaram a passagem pelo país. “Sem a missão, certamente não seria possível conhecer o Irã, conversar com quem investe no país e querer aplicar no exterior. Vir em grupo, e com o suporte do governo, é muito melhor”, disse Guilherme Simoni, da Implementos Agrícolas Jan S.A.
Para o empresário Bruno Will, da companhia Will, que produz pastilhas de freio e instrumentos de painel de automóveis, o Irã é um mercado a ser explorado de forma positiva em vários setores. “Imaginava encontrar um cenário de guerra e encontrei uma cidade bonita, bem cuidada e com pessoas preparadas e interessadas em investir. Não tenho dúvida de que vale a pena”, disse ele.
De forma semelhante pensa Renato Franco, da Randon, que atua no mercado automotivo. “Por tudo que li e ouvi, eu pensava encontrar um país empobrecido e sem perspectivas. Encontrei exatamente o oposto. Gente interessada, amigável e que dá espaço para negociar”, afirmou. A empresária Regina Cohen, da Bom Bril, concorda com Franco. “Tinha a impressão de que tudo era mal cuidado e pouco desenvolvido. Saí do Irã com boas perspectivas de negócios.”
O empresário Leonardo Bonaparte, da Tangará Foods, preferiu concentrar suas atenções no Egito e no Líbano. Segundo ele, os dois países oferecem “excelentes oportunidades”. “Sabíamos que havia potencial, mas tivemos uma surpresa ainda maior depois de passar pelos dois países e conversar com os empresários. Volto com excelentes perspectivas.”
Os empresários saíram de São Paulo no último domingo (11) para visitar o Irã, o Egito e o Líbano. Ao final da missão, eles tiveram, no total, 1.086 conversas com os empresários da região. A próxima missão está marcada para maio e terá como destino a Indonésia, a Malásia e o Vietnã.
Fonte: Agência Brasil