Murilo Ferreira: PSDB o maior inimigo do Brasil

Com Lula o Brasil iniciou um novo ciclo virtuoso de crescimento. O País equacionou o problema da dívida e do balanço de pagamentos, recuperou a credibilidade internacional, voltou a crescer sustentavelmente e num patamar elevado, criou as condições de lançar um Projeto Nacional de Desenvolvimento com objetivos, metas, previsões…

Serra e Aécio

O Brasil cresceu no primeiro trimestre a uma taxa anualizada de 8,2 % e, para 2010, poderá crescer até 7%, segundo previsões mais otimistas do governo. Se assim for trata-se de um dos fatos mais extra-ordinários ocorridos em nossa economia desde 1974, há 26 anos, quando ocorreu a crise do petróleo e se iniciou o que hoje é conhecido como um largo período de estagnação econômica com inflação alta, crises recorrentes no balanço de pagamentos, altos encargos e custos da dívida pública, interna e externa, baixos salários, desemprego elevado e precarização das relações de trabalho, enfim, tudo que retroalimentava a crise e engessava ainda mais a nossa capacidade de reação.

Mas foi no governo de Fernando Henrique que a vaca quase foi para o brejo, como de fato foi na Argentina de Menen. As medidas adotadas pelo tucanato empurraram o Brasil ainda mais para o fundo do poço. O resultado dos oito anos de Fernando Henrique é de amplo conhecimento público, tanto que os tucanos Serra e Alquimin foram rechaçados pelo povo duas vezes, em 2002 e 2006.

Com Lula o Brasil iniciou um novo ciclo virtuoso de crescimento. O País equacionou o problema da dívida e do balanço de pagamentos, recuperou a credibilidade internacional, voltou a crescer sustentavelmente e num patamar elevado, criou as condições de lançar um Projeto Nacional de Desenvolvimento com objetivos, metas, previsões, capacidade de planejamento, de visão do futuro, isto é, aonde o país quer chegar a curto, médio e longo prazos. Foi lançado o PAC 1, com investimentos de cerca de 700 bilhões de reais, que está em pleno desenvolvimento e execução, e o PAC 2, com previsão de investimentos de cerca de 1,6 trilhões de reais. São investimentos em ferrovias, como a norte-sul, Trens de Alta Velocidade (TAV), em hidrovias para escoamento de grãos, investimentos em portos, aeroportos, rodovias, moradias, saneamento básico, infra-estrutura urbana e mobilidade urbana e muito mais. Acrescente os investimentos para a Copa 2014 e Olimpíadas 2016. Tudo isso somado aponta que o país pode tomar a dianteira do crescimento mundial junto com as principais economias emergentes, como a China e a Índia.

Hoje retomamos a condição de oitava economia mundial e, em cerca de 5 a 7 anos, podemos alcançar o patamar de nação desenvolvida, até mesmo à frente de algumas potências européias. Isso se dá porque recuperamos a capacidade de formulação política do desenvolvimento econômico. Este passou a se dar não mais ao sabor dos humores do mercado ou através da iniciativa privada ou ainda pelo “espírito animal do capitalista”, enfim, a baboseira neoliberal. O Desenvolvimento Nacional passou sim a ser uma definição política, uma questão de Estado. Não significa que o Capital externo e o setor empresarial nacional foram alijados ou descriminados ou prejudicados, pelo contrário, o que houve é que, além desses dois tripés de sustentação da economia, recuperou-se um terceiro tripé, que é o planejamento e a intervenção estatal, isto é, a capacidade do Estado se ser o promotor e o indutor do crescimento e do desenvolvimento.

O contraste com a era tucana é evidente, salta aos olhos. Durante o período FHC o Estado foi desbaratado, definhado, desestruturado e desmobilizado para as funções que ele conheceu desde a era Vargas. FHC sujeitou o Brasil ao contingenciamento e ao poderio das grandes potências do capitalismo mundial numa fase em que elas enfrentavam grandes dificuldades e com tendência de queda em suas taxas de crescimento, desde 1974. Nas últimas décadas, como resultante do crescimento desigual entre as nações, a China alcançou o status de potência mundial, ultrapassando a Alemanha e se tornando a segunda economia do globo. Mas foi graças à ação do Estado como promotor e indutor do desenvolvimento que ela chegou nesta posição. Com o Brasil de FHC aconteceu o contrário, o país perdeu várias posições, chegando a ficar atrás do México e da Coréia do Sul, em 14o lugar, um verdadeiro desmoronamento.

Foi a atitude altiva e soberana do governo Lula que pôde dar ao Brasil autonomia para negociar e estender o seu comércio em todo o globo, privilegiando uma integração política e econômica com países do chamado sul/sul e em igualdades de condições. Foi essa política externa que colocou a China como o principal parceiro econômico do Brasil. Além dessa parceria estratégica temos em alto relevo a integração latino americana, que colocou num patamar mais elevado que nunca a nossa amizade e cooperação com os nossos vizinhos latino-americanos.
Isso dito para demonstrar que a era tucana privilegiou o império americano com forma subserviente de inserção do Brasil na globalização financeira, sujeito à agiotagem e ao cassino internacional, à especulação de toda ordem, ao descontrole das contas nacionais, ao controle férreo de nossa política econômica pelo FMI e aos ditames de uma superpotência arrogante, em guerra contra nações e povos e responsável pela maior crise do capitalismo nos últimos 80 anos. Haja traição aos interesses do Brasil e do povo brasileiro.

Assim, para dar curso às mudanças iniciadas pelo governo Lula desde 2002, que resgatou a dignidade e as perspectivas do Brasil e dos brasileiros, há de se derrotar, mais uma vez, o Serra nas eleições deste ano. É com Dilma – a mãe do PAC – que devemos todos os patriotas e democratas marchar juntos nessa caminhada. Em momentos decisivos de uma nação, onde o inimigo é facilmente identificável, devemos nos unir todos para derrotá-lo. Temos que constituir um campo de forças de amplo espectro político, democrático e popular, para derrotar, agora, não mais que um inimigo, isso mesmo, apenas um: PSDB.

(*) Murilo Ferreira da SIlva – Diretor do SINPRO MINAS e da CTB Minas