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Cuba exige ordem internacional justa ante crise climática

O vice-presidente cubano, Esteban Lazo, exigiu, nesta quinta-feira (23), uma justa e racional ordem internacional para toda a humanidade. Ao discursar na sessão de encerramento da Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas, ele insistiu que não se deve permitir que os países desenvolvidos "tomem como refém de sua política consumista" as negociações internacionais sobre meio ambiente.

A este respeito, citou o herói nacional da ilha, José Martí, quando ele afirmou que "os povos do mundo devem se enfileirar para que não passe o gigante de sete léguas". Depois de transmitir ao plenário uma saudação do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e do presidente de seu país, Raul Castro, o dirigente convocou a impulsionar um processo de participação e consulta popular e de diálogo aberto, que permita uma ação urgente para evitar mais danos e sofrimentos à Mãe Terra.

Lazo expressou o respaldo de Cuba às conclusões das mesas de trabalho que discutiram durante três dias as principais preocupações da sociedade civil sobre a vida no planeta, incluindo as causas estruturais que apontam para a necessidade de acabar com o sistema capitalista

Nesse sentido, também saudou a iniciativa do presidente Evo Morales de sediar esta conferência dos povos, como uma contribuição decisiva para a defesa da natureza, "na qual devemos ser inflexíveis", disse ele. O representante cubano fez um chamado que a próxima cúpula da ONU, em dezembro próximo, no balneário de Cancun, seus participantes se sintam obrigados a analisar as verdadeiras causas, e não apenas as consequências, dos impactos ambientais.

"Os governos do mundo devem se comprometer para que as negociações futuras ajudem a transitar até um modelo econômico verdadeiramente sustentável", disse. Ele observou que os países desenvolvidos devem respeitar o princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas e do direito dos povos ao desenvolvimento e um espaço atmosférico justo.

Ele afirmou ainda que é preciso exigir dos países industrializados, principais responsáveis pela mudança climática, que aportem novos recursos e paguem a milionária dívida ecológica que possuem. Por outro lado, disse que a Mãe Terra está cobrando a fatura pelo abuso e os que mais estão agredindo são os que mais se opõem a tomar medidas sérias e, em geral, culpam as nações subdesenvolvidas.

Também expressou a necessidade de reclamar ao governo dos Estados Unidos, maior poluidor do mundo, que ratifique o Protocolo de Quioto e se comprometa com uma segunda fase de compromissos mais ambiciosos. Em outra parte em seu discurso, ele criticou as conclusões da Cúpula de Copenhague, em dezembro último, na qual, segundo ele, ignoraram as afirmações da ciência e as demandas justas e necessárias da humanidade.

Lazo lembrou que milhares de representantes da sociedade civil, que viajaram para a cidade europeia em defesa da Mãe Terra, foram reprimidos durante o evento. O vice-presidente cubano chegou a Cochabamba à frente de uma delegação integrada também por Fernando Gonzalez, vice-ministro da Ciência e Tecnologia, Abelardo Moreno, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e do embaixador cubano na Bolívia, Rafael Dausa, entre outros funcionários.

Com Prensa Latina